O Senado aprovou ontem empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o Rio Grande do Sul e o Paraná. Durante a discussão da matéria, senadores reclamaram dos juros cobrados pelo Tesouro Nacional e, no caso do Paraná, ainda houve debate sobre a eficiência da administração do estado.
Os três senadores do Paraná foram à tribuna debater o empréstimo de US$ 60 milhões (R$ 144 milhões), aprovado ontem na Comissão de Assuntos Econômicos da Casa: Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) criticaram a atual gestão do PSDB, defendida pelo senador Alvaro Dias, do mesmo partido do governador Beto Richa. Os recursos serão utilizados para ações do programa Família Paranaense, da área de assistência social. Gleisi Hoffmann disse ter votado a favor do empréstimo por causa da destinação aos centros de assistência social, mas protestou: “Voto a favor porque essa operação de crédito tem um fim meritório e espero que o dinheiro seja usado para o que se destina. Mas gostaria de dizer que se hoje vivemos uma situação de penúria nas contas estaduais isso se deve única e exclusivamente pela incapacidade e incompetência da gestão financeira do estado. Isso envergonha o povo paranaense, que é um povo trabalhador e que luta pela construção do seu estado e de outros”.
Já o senador Requião votou contra o empréstimo alegando que, apesar de ser um interessante investimento social, o estado poderia arrecadar o dinheiro de que necessita cortando despesas com cargos em comissão e publicidade. “O que estamos vendo é falta de administração e gerenciamento”, reclamou.
O senador Alvaro Dias saiu em defesa da administração paranaense. Ele minimizou as dívidas e atrasos de pagamento do estado dizendo que o Paraná sequer aparece na lista dos estados que mais devem e que algumas obras paradas não causam estranheza, visto que isso acontece em outros estados e no governo federal.
De acordo com o senador, há regularidade em pagamentos do Paraná quanto a todos os requisitos para o empréstimo. Alvaro Dias pontuou que o estado recorre ao socorro da União como todos os outros, estando em dia com tributos federais, contribuições para o FGTS, financiamentos, prestação de contas de recursos federais e aplicação mínima em educação, entre outros quesitos.