Felipe Rosa
Sindicato diz que pediu revisão em duas ações judiciais.

O advogado do Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), Sacha Reck, declarou ontem que a tarifa da Rede Integrada de Transporte (RIT) poderia baixar quase R$ 0,50 se houvesse vontade política. Além das sugestões para reduzir o preço da passagem, defendeu ainda a revisão contratual, sob alegação que as planilhas de custos usadas para calcular a tarifa técnica (que é o valor repassado às operadoras por passageiro transportado) não correspondem à realidade.

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Segundo o defensor do Setransp, a Câmara de Curitiba teria condições de regulamentar leis para definir a fonte de custeio de todas as gratuidades atualmente concedidas, que chegam a 13% dos custos, e poderiam representar queda de R$ 0,30 no valor da tarifa. Reck aponta ainda que 4% equivalem à taxa de gerenciamento da Urbs, o que significa R$ 0,10 por passagem. “Não temos acesso às contas e receitas da Urbs para definir esta conta”, argumenta. Além disso, aponta que parte dos subsídios municipal, estadual e federal não foi repassada ao usuário.

Processos

“O sindicato é amplamente favorável à revisão dos contratos, já pediu isso à Urbs e em duas ações judiciais”, enfatiza o advogado. Na opinião dele, outras medidas também poderiam contribuir para baixar a passagem, como a realização dos planos diretores de transporte e trânsito e o de mobilidade urbana, baseado em pesquisa de origem-destino. “Curitiba até hoje trata dos sintomas do transporte coletivo, mas não foi apurar a real causa da insatisfação dos usuários”, comenta.

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Propostas são “simplórias”

Para o presidente da Urbs, Roberto Gregório da Silva Junior, as medidas sugeridas pelo Setransp são “simplórias”. “Não vi nessas propostas nenhuma alternativa de redução da tarifa técnica. Falam apenas do poder público e da sociedade continuarem pagando a conta delas”, ataca, completando que “temos que discutir o ganho de produtividade das empresas e a rentabilidade justa”. Segundo Gregório, a questão das gratuidades não é simples de ser resolvida, já que envolve leis dos três níveis de governo. Na opinião dele, a ideia de mudar a taxa de administração da Urbs é “fruto da fiscalização com rigor que estamos fazendo, o que antes não acontecia e gera desconforto”.

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