A Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto informou, em nota, que a Rodrimar não foi beneficiada pelo Decreto dos Portos editado pelo presidente Michel Temer. Responsável pela análise dos pedidos das empresas para serem enquadradas ou não nas regras do decreto, o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil afirmou que a lista “identifica os 114 terminais portuários que manifestaram interesse em fazer a adaptação de seus contratos, porém não traduz a admissibilidade do pleito”.
No início do ano, ao responder oficialmente a uma série de questões feitas pela Polícia Federal na investigação em torno do Decreto dos Portos, Temer negou que a Rodrimar tenha recebido algum benefício com a medida. Na ocasião, o presidente afirmou que não foi procurado por empresários do setor portuário sobre a edição do texto.
Em um das perguntas, na qual a PF procura saber da relação de Temer com o setor portuário em São Paulo, os investigadores citam que “diversos meios de comunicação fazem referência à Vossa Excelência como tendo vínculos com o setor portuário de Santos/SP”. O presidente responde que, na condição de vice-presidente e de presidente da República, “recebia e dialogava com representantes dos inúmeros segmentos sociais e empresariais do País, inclusive do setor portuário”.
Procurado na sexta, o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira, que representa Temer no inquérito do qual o presidente é alvo no Supremo Tribunal Federal, não respondeu até a conclusão da edição do jornal O Estado de S. Paulo.
A Rodrimar informou que fez o pedido para ser enquadrada no decreto por entender que preenche os requisitos estabelecidos. Via assessoria, a empresa negou ter pago propina para ser beneficiada e disse que a intenção, ao fazer a solicitação para que sua atuação no Porto de Santos seja prorrogada, é investir R$ 134 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.