Lava Jato

Empreiteiro do cartel chama ministro de Dilma para sua defesa

O empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, preso desde 14 de novembro na sede da Polícia Federal, em Curitiba, base da Operação Lava Jato, chamou o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT), para ser sua testemunha.

Em resposta à acusação feita pela Procuradoria, juntado aos autos da Lava Jato nesta quinta-feira, 29, executivo arrolou também o ex-ministro das Comunicações Paulo Bernardo, o candidato à Presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT), e os deputados Paulinho da Força (SD), Jutahy Júnior (PSDB), Arnaldo Jardim (PPS) e Jorge Tadeu Mudalen (DEM).

Foi chamado ainda o secretário municipal de saúde de São Paulo, José de Filippi Júnior, ex-tesoureiro da campanha de reeleição do ex-presidente Lula, em 2006, e da primeira campanha da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2010, e ex-prefeito de Diadema, cidade da região metropolitana da capital paulista.

O executivo é o primeiro empreiteiro, réu da Lava jato, a arrolar para sua defesa políticos e autoridades muito próximas de Dilma e Lula. Pessoa é suspeito de liderar o ‘clube vip’ de empreiteiras alvo da Lava Jato, que investiga corrupção e propina na Petrobrás.

No documento, ele alega cerceamento de defesa por falta de acesso a documentos e depoimentos prestados em delações premiadas, considerados imprescindíveis para responder à acusação.

“Provas amplamente utilizadas contra o denunciado são mantidas em sigilo sem que ele tenha a oportunidade de conhecê-las por inteiro e possa rebatê-las”, afirmam os criminalistas Alberto Toron, Carla Vanessa Domenico, Renato Marques Martins e Luisa Moraes Abreu Ferreira, que defendem o executivo.

A defesa do executivo fez ainda uma ‘reclamação’ à Justiça. Segundo os advogados, as empresas Odebrecht e Andrade Gutierrez estão na denúncia do Ministério Público, como partes constituintes da ‘organização criminosa’, mas não fazem parte da ação penal.

“A denúncia sustenta que a dita organização criminosa era constituída, entre outras empreiteiras, pela Odebrecht e Andrade Gutierrez. Ocorre que não se vê nenhum controlador ou mesmo executivo destas empresas no polo passivo desta ação penal”.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna