Foto: Fábio Alexandre |
Tadeu Veneri: deputado disse que a luta continua. continua após a publicidade |
O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Nelson Justus (DEM), anunciou ontem que irá devolver ao deputado Tadeu Veneri (PT) a Proposta de Emenda Constitucional, que impede a contratação de parentes de autoridades do Legislativa, Executivo e Judiciário, sem a realização de concurso público.
Justus disse que a mesa executiva poderia arquivar a proposta, que ficou apenas com dezessete das dezoito assinaturas necessárias após a retirada do apoio do deputado Dr. Batista (PMN). Veneri afirmou que a devolução não impede a realização do debate sobre o tema que tem causado polêmica, desde a primeira proposta de emenda apresentada em 2005. ?Nós trouxemos esse debate para a Assembléia Legislativa e não será a dificuldade de tramitação que irá impedir essa discussão, que é feita em todo o país. Inclusive, em alguns estados, a lei já foi aprovada. Mais cedo ou mais tarde, vai acontecer aqui também?, disse o autor da PEC, afirmando que a proposta está à disposição dos deputados que quiserem assinar.
Já a bancada peemedebista fechou questão anteontem à noite, em reunião com a executiva estadual, contra o projeto. Como a PEC será restituída ao autor, os deputados peemedebistas que subscreveram o documento não precisam retirar as assinaturas. O líder da bancada do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, informou que Stephanes Junior e Strapasson não serão penalizados pelo apoio à PEC. ?Vamos começar do zero porque as assinaturas ficaram inócuas?, disse o líder da bancada.
Pugliesi observou que a deliberação vale a partir da reunião da executiva estadual, que teve a participação de dez dos dezesseis deputados peemedebistas. ?Nós fechamos questão. Então, quem não votar da maneira estabelecida pelo partido, há os expedientes legais que podem ser acionados?, afirmou o líder da bancada. Ele informou que o diretório estadual irá discutir uma posição única da bancada toda a vez que houver alguma matéria polêmica em votação na Assembléia Legislativa.
Na reunião, Stephanes Junior e o líder do governo, Luiz Claudio Romanelli, que se desentenderam por causa da PEC, fizeram uma trégua, informaram os peemedebistas. Junior acusou Romanelli de truculência por ameaçá-lo de expulsão. ?Eles fizeram uma discussão dos seus pontos de vista, na reunião. Não há mais problemas?, disse o líder da bancada, afirmando que o partido tem uma eleição pela frente em 2008 e tem de unificar posições.
Troca
O fechamento de questão contra a PEC que acaba com o nepotismo foi aprovado em meio à troca do comando estadual do partido. Romanelli, que além de líder do governo é também vice-presidente estadual do partido, assumiu a presidência, no lugar do ex-secretário Renato Adur, que deixou o cargo. Romanelli está convocando uma reunião dos 71 integrantes do diretório estadual para a escolha do novo presidente.
A eleição está marcada para o próximo dia 15 de outubro e o novo presidente será Pugliesi, que acumulará o cargo com a liderança da bancada estadual. O presidente interino tem prazo de sessenta dias para convocar a reunião do diretório, mas decidiu antecipar a eleição de Pugliesi, indicado para presidir o partido pelo governador Roberto Requião (PMDB).