O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira, 17, em vídeo divulgado por seu instituto, uma reforma política feita por iniciativa popular que acabe com “partidos laranja” e “partidos de aluguel”. “(Defendemos) Um projeto de lei que possa mudar substancialmente a política brasileira, ter partidos mais sérios, acabar com os partidos laranjas, os partidos de aluguel, acabar com partidos que utilizam seu tempo para fazer negócio”, afirmou o ex-presidente.
Radicalmente contra o financiamento privado de campanha – já que o público “é a forma mais honesta na face da terra de financiar uma campanha para não permitir que os empresários tenham influência na eleição da pessoa” -, o ex-presidente defende a fiscalização para garantir a transparência no uso dos recursos pelo partido. “Sou tão sectário neste aspecto que acho que o financiamento privado de campanha deveria ser crime inafiançável. Não pode ter dinheiro privado, o voto vale 1, 2 reais, os partidos recebam o que lhe é de direito.”
Para isso, Lula defende uma a eleição de uma constituinte exclusiva para a reforma política. Os parlamentares eleitos para a reforma não poderiam se candidatar para outros cargos no pleito seguinte. “Por isso que nós do PT estamos começando uma campanha de criar um projeto de lei de iniciativa popular – vamos para porta de fábrica, aproveitar a campanha para ir a comércio, lojas, comícios, pegar assinatura para dar entrada em um projeto de lei que possa mudar substancialmente a política brasileira”.
Segundo ele, não são apenas os jovens que estão desencantados com a política, mas toda a sociedade. “Outro dia, numa entrevista para a imprensa estrangeira eu disse que a política está apodrecida, aqui no Brasil e em várias partes do mundo, porque há uma negação, uma rejeição a político. “A fragilidade das lideranças (políticas) cresceu muito no mundo, já não tem a mesma representatividade e a política aparece na televisão como se fosse sinônimo de coisa ruim.”
Lula fala ainda em outros pontos que considera importantes em uma eventual reforma política. Na opinião dele, o voto em lista é um avanço, uma vez que “o deputado não pode ser um deputado avulso, tem que ser um deputado do partido. “Se ele traiu o programa do partido, tem que ser expulso e o manda pertence ao partido”.