Após declarar que considera criar a sua própria legenda, o Partido da Defesa Nacional (PDN), o perfil do presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou nesta segunda-feira, 28, vídeo nas redes sociais em que se compara a um leão sendo atacado por hienas que representam o Supremo Tribunal Federal (STF), o PSL, PT, veículos de imprensa, a Organização das Nações Unidas (ONU), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e outras entidades.
Após repercussão da postagem, o vídeo foi tirado do ar. Procurada, a Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) disse que não participou da postagem do vídeo e não comentará a publicação.
Durante o vídeo, um segundo leão, identificado por uma legenda como “conservador patriota”, aproxima-se do animal que representa o presidente da República e afasta as hienas. “Vamos apoiar o nosso presidente até o fim”; “e não atacá-lo”; “já tem a oposição para fazer isso!”, dizem as mensagens sobrepostas no vídeo enquanto os bichos fogem.
O vídeo se encerra com a bandeira do Brasil e uma foto de Bolsonaro de braços abertos. Há também hienas identificadas pelo símbolo do feminismo, o Greenpeace, o PSDB, o Movimento Brasil Livre (MBL), além de “Lei Rouanet”, “isentão” e “via sensata”.
Bolsonaro está em crise com o PSL, negocia migrar para outras legendas e disse na última semana que pode até mesmo ficar sem partido algum. O presidente está em Riad, na Arábia Saudita, onde cumpre agenda de viagens pela Ásia e Oriente Médio.
No texto que acompanha o vídeo, Bolsonaro lista os seguintes países: Chile, Argentina, Bolívia, Peru e Equador. “Mais que a vida, a nossa LIBERDADE”, escreve Bolsonaro. Os países citados pelo presidente passam por momentos de instabilidade política, eleições e protestos.
No domingo, 27, a Argentina elegeu como presidente o peronista Alberto Fernández, integrante da mesma chapa da ex-presidente Cristina Kirchner. Bolsonaro lamentou o resultado e disse que não irá cumprimentar a chapa vencedora.
O presidente ficou incomodado com uma imagem publicada por Fernández, horas antes do resultado, em apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso desde 2018 no âmbito da Operação Lava Jato. “O primeiro ato do Fernández foi ‘Lula livre’, dizendo que está preso injustamente. Já disse a que veio”, avaliou.