Confiante na derrubada da denúncia contra o presidente Michel Temer, os principais articuladores do governo na Câmara aproveitaram os últimos dias de recesso para sair de folga. Sem seus titulares, Temer assumiu para si a responsabilidade de ligar diretamente para os deputados pedindo apoio contra o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), saiu de férias com a família e avisou que só voltará no final da semana. Já o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, aproveitou os dias de cúpula do Mercosul na semana passada em Mendoza, na Argentina, para esticar a estadia e descansar. O ministro tucano deve voltar a Brasília nesta terça-feira, 25, no final do dia, data que também retornará do Estado o líder do governo no Congresso, deputado André Moura (PSC-SE).
Sem os principais titulares da coordenação política, Temer tem contado nestes dias com os vice-líderes do governo Beto Mansur (PRB-SP) e Darcísio Perondi (PMDB-RS). Outro membro da “tropa de choque” governista presente nos corredores do Congresso e do Palácio do Planalto é o vice-líder do PMDB na Câmara, Carlos Marun (MS).
Segundo Mansur, o grupo segue trabalhando no monitoramento do base aliada na semana que antecede a votação da denúncia no plenário e as ausências dos titulares não prejudicam a estratégia do governo. “Está difícil achar deputado”, comentou Mansur.
Como revelou o Broadcast Político, os governistas acreditam que caiu de 80 para 60 o número de deputados indecisos desde que Temer começou a ligar para os parlamentares. Na conversa, o presidente apresenta sua defesa, diz que é inocente e insiste para que os deputados leiam os argumentos que ele documentou no processo. Temer pede que os parlamentes votem com consciência no dia 2 de agosto.