O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que anunciou nesta semana sua saída do DEM para a recriação do Partido Social Democrático (PSD), disse hoje que sua permanência no antigo partido havia se tornado impossível e que ele não poderia continuar numa legenda que torcia pelo insucesso do governo Dilma Rousseff. Embora tenha dito que seu novo partido deve receber aliados do governo federal, Kassab afirmou que, por apoiar o governo do PSDB em São Paulo, não se sente um integrante da base aliada de Dilma.
“Não me sinto à vontade para ser governo, mas posso me manifestar agora sem a camisa de força do DEM. Não serei considerado parte do governo, mas tenho muita disposição de ajudar a presidenta”, disse, em discurso feito durante almoço promovido pela Câmara Portuguesa de Comércio no Brasil, na capital paulista.
O prefeito ressaltou que seu grupo político em São Paulo continuará apoiando os tucanos, mas desconversou sobre a possibilidade de se lançar candidato em 2014, para o governo do Estado. “Aqui todos sabem que esse grupo político torce para que Alckmin faça um bom governo e, se ele se sair bem, nos sentiremos à vontade para apoiá-lo por quatro anos”.
Kassab se disse animado com a recriação do PSD, relatando que já tem 101 assinaturas necessárias para o início da formalização do partido na Justiça Eleitoral. “Estou muito animado”, afirmou. O prefeito informou que o novo partido já conta com o apoio de 11 deputados federais, sendo seis da Bahia e cinco de São Paulo, além dos vice-governadores da Bahia e de São Paulo (Guilherme Afif Domingos). Kassab espera receber o apoio do ex-deputado federal Indio da Costa (RJ), que anunciou ontem sua saída do DEM e da prefeita de Ribeirão Preto, Darcy Vera (DEM). “Ela está avaliando. Torço para que ela venha”.
Indagado sobre a decisão da direção nacional do DEM, que não pretende entrar na Justiça com uma ação contra Kassab por infidelidade partidária, Kassab lembrou que a legislação partidária permite a saída de partido para a criação de outra legenda. “Seria um grande equívoco qualquer manifestação contrária”, disse.
Quanto à dissolução dos diretórios estadual e municipal do DEM em São Paulo, que foi anunciada hoje pela direção nacional, o prefeito disse que o partido agiu de forma correta. “O partido tem que ter uma direção”, afirmou.