Na reunião ministerial, convocada um dia antes de se ausentar do País por uma semana, o presidente Michel Temer pediu empenho de todos os ministros políticos do governo para tentar garantir a aprovação, o mais rápido possível, de preferência ainda até amanhã, do projeto de lei que eleva para R$ 159 bilhões as metas fiscais para este e o próximo ano.

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O presidente fez questão de avisar a todos, no entanto, que “a reforma da previdência não foi abandonada”, ao contrário, será levada adiante porque ela terá de ser feita, de qualquer jeito, e se for levada à frente, agora, facilitará o próximo governo que for eleito. Temer quer ver aprovado ainda neste período de sua viagem a nova TLP, taxa de empréstimos do BNDES e Refis.

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O presidente está muito preocupado com o entrave na máquina pública e precisa da aprovação do aumento da meta para poder liberar os gastos públicos e investimento em setores estratégico. “Se não aprovarmos a nova meta, vamos ter que cortar fundo no orçamento de todos”, avisou.

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Temer mandou ainda que todos entreguem um balanço das suas principais ações do governo em suas pastas, nos últimos 15 meses. O objetivo é responder às críticas e mostrar que o governo está trabalhando e como está trabalhando, para apresentar resultados à sociedade.

Com isso, o governo quer também reverter a batalha da comunicação que reconhece que tem perdido diuturnamente. Na reunião, o presidente Temer avisou ainda que quer retomar as reuniões setoriais com os ministros quando voltar da China e focar na gestão.

Temer quer, ainda, empenho e alerta de ministros e líderes na defesa do seu governo, ainda mais neste momento em que há uma expectativa de que o procurador da República, Rodrigo Janot, poderá apresentar a segunda denúncia contra ele, quando estiver viajando para a China, para a reunião dos Brics.

E nesta tentativa de reverter a batalha perdida da comunicação, o presidente Temer, depois de se pronunciar na reunião ministerial determinou aos ministros do Meio Ambiente, Sarney Filho, e das Minas e Energia, Fernando Coelho Bezerra, deixassem a reunião e fossem anunciar o novo decreto que tenta detalhar toda a ação do governo em relação à reserva nacional do cobre e seus associados, Renca.

Temer quer reação dos ministros aos ataques contra o governo. Embora não querendo admitir formalmente que, neste caso, o governo perdeu a batalha da comunicação, já que foram necessárias várias entrevistas e explicações para tentar reverter o cenário negativo criado com o anúncio da medida, o ministro das Minas e Energia disse que “houve uma confusão quando se falou em reserva mineral e houve associação a reserva florestal, que não é e sempre foi reserva mineral”.

Na reunião ministerial, Temer pediu “empenho total” dos ministros políticos e dos líderes dos partidos da base aliada para aprovar as medidas prioritárias. Ele vai se encontrar com alguns destes líderes ainda hoje, justamente para reforçar a estratégia, a fim de garantir a aprovação dos 3 pontos fundamentais pro governo neste momento – meta, refis e TLP. O presidente anunciou ainda que, em seguida, quer levar adiante a simplificação tributária. Sobre reforma política, preferiu deixar o assunto com a Câmara.

Indicações

Em entrevista coletiva após a reunião ministerial, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que o governo não teme retaliações por estar demitindo do governo aliados de deputados de partidos da base que votaram a favor da aceitação da denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer. Segundo o ministro, o governo está dando “tratamento correspondente” a esses parlamentares.

“Só houve e só haverá demissão nas indicações de parlamentares que resolveram não se perfilar com o governo. O que está se dando é um tratamento correspondente”, afirmou o ministro.

Após comentar o clima da reunião, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu que a área econômica é hoje a principal fonte de entusiasmo no governo.

Meirelles afirmou que o clima do encontro foi forte, de “confiança” e de “entusiasmo” com o que já foi feito e está sendo feito pelo governo. “E principalmente com os resultados que estão sendo alcançados principalmente pela área econômica”, afirmou. “É o emprego, o crescimento, a taxa de juros e inflação caindo”, completou.