O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, esteve nesta quinta-feira, 11, na Conferência Nacional dos Bispos (CNBB), em Brasília, reunido com o secretário-geral da instituição, Dom Leonardo Steiner, para ouvir as demandas dos católicos e se comprometer com a entidade, caso seja eleito.
“Dom Leonardo reiterou nota da CNBB sobre medidas do governo atual como a chamada teto de gastos e a reforma trabalhista”, disse. “Me comprometi no primeiro momento a revogar essas medidas que, na minha opinião, comprometem os direitos sociais”, afirmou o ex-prefeito.
Haddad também fez um pedido à CNBB para que a instituição recomende aos católicos que tenham mais cuidado com as notícias falsas, as chamadas fake News. “Não devemos atacar a honra das pessoas com informações falsas”, alertou.
O petista afirma ser atacado por Jair Bolsonaro(PSL), que diz que o petista distribuiu material impróprio para crianças, o chamado “kit gay”. “Jamais houve distribuição de material impróprio para crianças. Isso seria um desrespeito com professoras e diretoras”, afirmou.
Ainda sobre o adversário, Haddad criticou a ausência do capitão reformado em debates e o aceno dele ao programa social Bolsa Família. “Se tem alguém que criticou o Bolsa Família nos últimos 10 anos, foi o meu adversário”, disse.
Haddad falou sobre os apoios que sua candidatura está recebendo e disse que as “forças democráticas estão se unindo”. O candidato afirmou que todos os governadores eleitos do PSB já estão engajados. “Tivemos a felicidade de ter o apoio formal do PDT, do Ciro (Gomes)”, disse. Ele foi interrompido nessa hora por um jornalista que disse “crítico, não é?”. “Todo apoio é crítico”, respondeu. “O Ciro está se recuperando de uma cirurgia e, para nós, uma palavra dele basta”.
Em relação à última pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira, 10, que mostrou o candidato do PT com 42% das intenções de votos válidos no segundo turno, Haddad disse acreditar que pode crescer nas próximas semanas e chegar a 50%, já que começou a campanha com 4%.
Ainda na CNBB, o candidato ao Planalto disse que tratou de cinco demandas dos católicos que devem ser aprimoradas em seu programa de governo, que são a escalada da violência, fortalecimento das instituições democráticas e das de combate à corrupção, além da preservação do meio ambiente e da vida. Essa última, apesar de não ter sido citado pelo candidato, é uma referência ao aborto.
Haddad disse ainda que sua equipe está fazendo “ponderações” sobre nomes que podem compor seu governo, caso seja eleito.
Protesto
O candidato do PT daria uma entrevista em frente à CNBB, logo após o encontro, onde um grupo de jornalistas o aguardava. Porém, a entrevista teve de ser deslocada porque dois homens, vestidos com camisetas do candidato Bolsonaro, chegaram e começaram a protestar.
Por segurança, a equipe de Haddad decidiu mudar o local da entrevista. Os homens chegaram a seguir o comboio do petista por algumas quadras.