O governador reeleito da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou neste domingo, após votar em Salvador, que “a história fará o julgamento de cada um daqueles que preferem se omitir”. A declaração, dada após insistência de jornalistas, foi uma referência ao posicionamento do presidenciável do PDT, Ciro Gomes, derrotado no primeiro turno das eleições 2018, e que declarou no sábado, 27, véspera do segundo turno, que não irá tomar lado entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

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“Àqueles que preferem se omitir, a história fará o julgamento de cada um deles. Eu prefiro, nesse momento, reconhecer quem teve vontade e coragem de se posicionar”, afirmou Rui Costa, citando artistas como Maria Bethânia e Caetano Veloso, além de Joaquim Barbosa, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), e Rodrigo Janot, ex-chefe da Procuradoria Geral da República (PGR), que declararam voto em Haddad.

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Defensor na pré-campanha de um apoio do PT à candidatura de Ciro, mesma posição defendida à época pelo seu padrinho político, o ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner, o atual governador baiano evitou citar nominalmente o ex-ministro e evadiu de comentários diretos ao ser questionado na saída da sessão eleitoral.

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Ele chegou para votar por volta de 10h30, no Colégio Estadual Duque de Caxias, no bairro da Liberdade, periferia de Salvador. Fez selfies e abraçou eleitores. Vestia uma camisa branca com a frase “Meu coração é do bem” e tinha estrelas vermelhas do PT coladas no peito. O local, com aglomeração inferior à registrado do que no primeiro turno, recebeu também correligionários do petista, que demorou cerca de 10 minutos para depositar seu voto na urna. Na primeira etapa da eleição, as filas provocadas pelo uso da biometria fizeram Costa ficar mais de uma hora na espera em sua sessão eleitoral.

Na chegada, eleitores gritavam contra Jair Bolsonaro, candidato do PSL. “É caixa 2, é fake news, ô Bolsonaro sua casa vai cair” era um dos gritos. Também houve coro de “Brasil urgente, Haddad presidente”. Muitos eleitores foram votar com um livro nas mãos. O bairro da Liberdade, o mais negro da capital baiana, e berço dos blocos afros mais tradicionais da capital, como o Ilê Aiyê, é reduto do PT.

A aposentada Eunice Costa, 73 anos, foi votar vestida de vermelho e com o livro A Ditadura Envergonhada, de Élio Gaspari, nas mãos. “Espero terminar esse dia com o grito de ‘salve a democracia’. Sei discernir pessoas desequilibradas de gente normal e não gosto de quem foge das situações”, afirmou, sobre o capitao reformado do exército. Encontrar eleitores de Bolsonaro no local, dominado pelo petismo, era tarefa impossível.