Em Recife, capital de Pernambuco, a mobilização pelo fim do foro privilegiado para políticos e a favor do veto à proposta de voto em lista fechada para as próximas eleições aconteceu neste domingo, 26, no bairro de Boa Viagem, na zona sul da cidade. O evento teve início por volta das 10h e durou pouco mais de três horas. Na concentração, os participantes – que na sua maioria vestiam roupas nas cores verde e amarela – cantaram o hino nacional e gritaram palavras de ordem em favor da operação Lava Jato e do juiz Sérgio Moro.

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Durante o percurso, com pouco mais de três quilômetros, os manifestantes exibiam faixas e cartazes com críticas ao PT e até ao Supremo Tribunal Federal (STF). Algumas pessoas optaram por usar fantasias de presidiários. Um grupo carregava cartazes pedindo a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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De acordo com integrantes da organização, ligados aos movimentos Vem Pra Rua e Somos Mais Brasil – o público foi estimado entre seis e oito mil pessoas. A Polícia Militar de Pernambuco não divulgou dados oficiais, mas segundo o oficial responsável pela coordenação do efetivo que trabalhou no evento, o capitão Charlton, o número de manifestantes foi de 3,5 mil pessoas.

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“Esse momento pós impeachment é uma oportunidade para as pessoas exercerem sua cidadania contra propostas como a do foro privilegiado e da lista fechada. O Brasil precisa deixar de ser um antro de corrupção e impunidade. Desde 2015 as pessoas estão indo para as ruas combater a corrupção e a impunidade. O movimento não é contra partidos. O que importa é que quem cometer crimes seja de fato punido”, afirmou o advogado Gustavo Gesteira, coordenador do Movimento Somos Mais Brasil.

A economista Dulce Sampaio, do Movimento Vem Pra Rua, defendeu a transparência nas investigações e na rotina de fiscalização ao Executivo, Legislativo e Judiciário. “Mais uma vez estamos na rua em defesa da Lava Jato, contra a impunidade e por justiça igual para todos. O foro privilegiado é uma instituição nefasta. A lista fechada é antidemocrática. As pessoas não poderão mais escolher seus representantes. Queremos cada vez mais e mais transparência”.

Questionados sobre o número de participantes, bem abaixo das estimativas iniciais, os coordenadores dos movimentos evitaram comentar. “O número de pessoas que estiveram fisicamente aqui para gente não importa. O que importa é mostrar que nós continuamos na luta. De fato, hoje, o público não foi muito grande, mas, não foi muito grande, porque o povo está cansado de tanto escândalo. Nós estamos reivindicando pautas do momento que os políticos estão fazendo para se manter no poder”, sintetizou.

Diferente de outras edições, desta vez, políticos ligados aos partidos da base do governo do presidente Michel Temer (PMDB) não foram vistos no evento.