Presentes na cerimônia de transmissão de cargo do ministro Juca Ferreira, da Cultura, os deputados petistas Jorge Bittar e Alessandro Molon, ambos do Rio de Janeiro, criticaram as declarações da senadora Marta Suplicy (PT-SP) que, em entrevista ao ‘Estado’ publicada nesse domingo, 11, criticou a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o presidente do PT, Rui Falcão.
Bittar afirmou que a entrevista é “um desastre total”. “As críticas que ela (Marta) faz têm muito mais a ver com a sucessão paulistana do que com os grandes temas nacionais”, disse. “Isso nos cria um problema grave pela dimensão que ela tem”.
Na entrevista, Marta chama Mercadante de “inimigo do Lula” e diz que Falcão traiu o partido. Ela também acusa Juca Ferreira, seu sucessor na pasta da Cultura, de ter promovido “desmandos e irregularidades” quando comandou o ministério pela primeira vez.
Dentro do PT, o gesto de Marta foi interpretado como uma sinalização clara de que ela pretende deixar a legenda para se candidatar à prefeitura de São Paulo em 2016. Sobre o tema, Bittar avaliou que a saída de Marta não é “inevitável”, embora os “fatos sejam muito graves”. “Espero que se possa contornar”, disse.
Para Molon, o diretório nacional do PT deveria tomar uma posição oficial em relação ao “fogo amigo” de Marta. “É importante que seja uma posição do partido, para que não sejam posições individuais”, defendeu. Ele avaliou ainda que a recondução de Juca ao cargo é “um reconhecimento dos grandes avanços” alcançados quando ele foi ministro pela primeira vez.
Secretaria-Geral
Um dos ministros mais próximos de Dilma, Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência, não quis comentar o teor da entrevista de Marta. “Não vou falar sobre o assunto”, disse. Ele apenas elogiou Juca, a quem chamou de “excelente ministro” e “grande companheiro de governo”. “Há uma confiança enorme num mandato inovador, aberto, valorizando a cultura brasileira”, afirmou.