Batalha

Em nova discussão, Barbosa insinua que Lewandowski advoga para réus

Relator do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, e o revisor, Ricardo Lewandowski, protagonizaram hoje um novo embate por conta da fixação das penas do empresário Marcos Valério, considerado o operador do esquema.

Em um dos momentos mais duros da discussão, Barbosa insinuou que o colega “advogava” para os réus e ouviu de volta que “integrava a acusação e era membro do Ministério Público”, lembrando a origem do relator no mundo jurídico.

Após ser derrotado pelo plenário na discussão sobre a pena de Valério por corrupção ativa no caso de desvio de recursos ligados ao Banco do Brasil, Barbosa disse que “por vezes nosso sistema de Justiça penal é risível”.

“Estamos discutindo a pena a ser aplicada a um homem que fez o que fez contra o Estado brasileiro. Na prática, ele não cumprirá seis meses de prisão, no máximo quatro meses”, disse o relator.

O revisor retrucou. “Ele não cumprirá essa pena isolada. Vai cumprir penas que, no meu cálculo, já ultrapassam duas décadas. Vossa Excelência acha isso pouco?”, disse.

Barbosa disse que achava pouco, o que o revisor discordou. “Vossa Excelência advoga para eles?”, questionou então o relator. “Está sempre defendendo.”
“Eu não, Vossa Excelência integra a acusação? É membro do Ministério Público?”, respondeu Lewandowski.

O presidente do Supremo, Carlos Ayres Britto, tentou interferir para apartar a discussão, mas ouviu do relator que estaria incomodado com possíveis criticas. O presidente do tribunal negou.

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