Horas depois de o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizer em evento no Nordeste que a primeira-dama francesa, Brigitte Macron, “é feia mesmo”, a pasta divulgou um pedido público de desculpas. Segundo a Economia, o ministro fez uma “brincadeira” durante palestra para empresários em Fortaleza (CE).

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“O ministro Paulo Guedes pede desculpas pela brincadeira feita hoje em evento público em Fortaleza (CE), quando mencionou a primeira-dama francesa, Brigitte Macron”, diz a pasta em nota à imprensa. “A intenção do ministro foi ilustrar que questões relevantes e urgentes para o País não têm o espaço que deveriam no debate público. Não houve qualquer intenção de proferir ofensas pessoais”, afirma o comunicado.

Mais cedo, Guedes reclamou do que chamou de excesso de atenção para as falas e os “modos” do presidente Jair Bolsonaro, enquanto, segundo ele, o País tem tido progressos na área econômica.

“Estou vendo progressos, mas a preocupação é com o pai da Bachelet, com a mulher do Macron. Tudo bem, é verdade, o presidente falou mesmo. E a mulher é feia mesmo”, disparou o ministro, arrancando risadas na plateia de empresários.

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Bolsonaro atacou a ex-presidente do Chile Michelle Bachelet e seu pai, Alberto Bachelet – torturado e morto pela ditadura de Augusto Pinochet -, e exaltou o golpe militar no país vizinho. Antes, o presidente já havia postado uma mensagem de risadas após um comentário ofensivo sobre a aparência da esposa do presidente da França, a primeira-dama Brigitte Macron, feito por um de seus seguidores.

A atitude do presidente da República, na sequência de desentendimentos sobre a Amazônia com seu par francês, havia aumentado o mal-estar com o país europeu, levando Macron a declarar que lamentava a atitude de Bolsonaro, mas que esperava que os brasileiros “venham a ter um presidente que se comporte à altura” do cargo. “Penso que as mulheres brasileiras devem ter vergonha de ouvir isso do próprio presidente”, afirmou o francês na ocasião.

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No que diz respeito às declarações sobre Bachelet, o próprio presidente do Chile, Sebastian Piñera, tido como aliado de Bolsonaro, afirmou não compartilhar da “alusão” feita pelo presidente brasileiro.

Após a palestra, quando questionado por jornalistas sobre o endosso às declarações de Bolsonaro, Guedes disse que minutos antes havia dito que o presidente é uma pessoa “com bons princípios e às vezes, na forma de falar, ele extrapola, brinca”. Ele afirmou ainda que “é mentira” que o Brasil esteja queimando suas florestas e que as críticas deveriam se voltar ao presidente da França, Emmanuel Macron.

“Você viu o que o presidente da França falou no final (do pronunciamento sobre Bolsonaro)? Nós devíamos fazer uma intervenção internacional na Amazônia. Vocês deviam estar criticando isso. O Macron está querendo fazer uma intervenção porque chamaram a mulher dele de feia. Olha só que coisa horrível. Quer dizer que se alguém chamar sua mulher de feia você pode fazer uma intervenção internacional em quem chamou sua mulher de feia?”, disse Guedes.

Em tom irritado, o ministro emendou: “É a pergunta que eu faço a você. Você apoia uma intervenção internacional no Brasil, na floresta amazônica?”, perguntou a um dos jornalistas, encerrando a entrevista coletiva.