Em sua primeira agenda em território mineiro e tucano no ano em que pode sair candidata à sucessão do presidente Lula, a ministra-chefe da Casa Civil Dilma Rousseff fez promessas, defendeu o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) e elogiou o governador Aécio Neves (PSDB) diante da plateia de 3 mil pessoas no Vale do Jequitinhonha.

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Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que a acompanhava e a deixou à vontade, ela atendeu ao apelo que havia sido feito minutos antes pelo prefeito Marlio Geraldo Costa (PDT), de Jenipapo de Minas, município de 7 mil habitantes, e prometeu imediata liberação de verbas federais para asfaltar dois trechos da BR-367, rodovia que corta parte de Minas e vai até a Bahia.

Mesmo com a ausência de Aécio, a ministra e o presidente citaram seu nome várias vezes, o elogiaram e lhe desejaram um governo cheio de realizações, sucesso e “com muitas obras inauguradas”.

Lula contou ter recebido segunda-feira carta de Aécio. Nela, o governador justificava sua ausência no evento por causa de compromisso “em outro lugar”.

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Na festa de inauguração da barragem do rio Setúbal, empreendimento que custou R$ 204 milhões aos cofres públicos, Dilma se soltou, agradeceu a “recepção calorosa”, assumiu com a voz embargada sua origem mineira e partiu para o confronto com a oposição, a quem acusou de planejar o fim do PAC. “Muitas pessoas tem dito nos últimos dias, aliás o próprio presidente do partido de oposição disse que acabaria com o PAC porque o PAC não existe e ele acabaria com essa história do PAC”, disse a ministra.

“É muito grave”, ela insistiu. “Porque nós estamos aqui justamente inaugurando uma obra concreta e real que todos vocês sabem que existe e que está aqui ao lado.”

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Embalada, a ministra falou grosso e insistiu no cerco aos oponentes. “Vira e mexe querem acabar com algum programa do governo Lula. Em 2006, foi a época que eles queriam acabar com o Bolsa-Família. Agora o objetivo é acabar com obras como essa que estamos inaugurando.”

Chamou os adversários para a briga, mas a Aécio dirigiu afagos. “Os prefeitos aqui de Minas e o governador Aécio Neves tem sido parceiros exemplares e republicanos do governo federal. Conosco eles têm enfrentado esse desafio que é mudar o Brasil. A barragem é uma obra do PAC com uma parceria muito produtiva e muito bem sucedida com o governo de Minas, com o governador Aécio Neves.”

Raízes

Dilma rebateu provocações de correntes do próprio PT, que dela exige assumir que é de Minas, e se emocionou. “Tem uma coisa muito estranha acontecendo com o lugar onde eu nasci. Eu nasci em Belo Horizonte. Eu passei a minha infância inteira em Belo Horizonte. Eu me formei no colégio Santa Dorothea em Belo Horizonte. Entrei na Universidade Federal em Belo Horizonte, fiz economia. Depois, por razões políticas, fui obrigada a sair de Minas, pela perseguição política que naquela época ocorria no Brasil. Agora, eu não vou concordar que haja uma discussão para saber se eu sou mineira ou não sou. Eu não tenho a menor dúvida que eu sou mineira. Em que pese eu ter saído de Minas, passado uma parte da minha vida no Rio Grande do Sul, eu quero dizer a vocês: a gente pode sair do Estado onde nasce, mas ele não sai da nossa alma e do nosso coração.”

Quando assumiu o compromisso de arrumar dinheiro para cobrir de asfalto a estrada de terra, ela empolgou-se. “Aqui temos prefeitos e prefeitas que sabem que o PAC é uma obra concreta. Aí eu queria aproveitar e dar uma notícia para vocês. Há pouco o presidente determinou. Nós ligamos para o DNIT e o presidente decidiu que vamos agora prometer mais uma obra. Que nós iremos cumprir, o asfaltamento dos dois trechos da BR 367. Será novamente uma obra do PAC. O PAC é isso. Nós cumprimos o que prometemos.”

Assegurou que ao governo que serve não interessa favorecer esse ou aquele partido. “Nós do PAC temos um princípio: levar para onde haja Brasil e brasileiros investimentos para fazer esse país avançar e crescer sem olhar filiação partidária, se o prefeito ou o governador é a favor ou contra, se faz oposição ou não.”