No primeiro dia de propaganda em Minas Gerais nas eleições 2018, os principais candidatos ao governo concordaram que a situação financeira do Estado é complicada, mas trocaram acusações quando apontaram de quem é a culpa. Enquanto o governador e candidato à reeleição Fernando Pimentel (PT), criticou as gestões do PSDB, o tucano Antonio Anastasia chamou o atual gestão petista de “desgoverno”.

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Anastasia e Pimentel lideram a disputa pelo governo de Minas, segundo pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira passada. O tucano, que governou o Estado entre 2010 e 2014, tem 24% das intenções de votos enquanto o atual governador registra 14% – em uma margem de erro de três pontos porcentuais para mais e para menos. Os demais candidatos aparecem com menos de 4%.

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A propaganda de Pimentel mostrou imagens e discursos feitos na convenção estadual petista, no dia 5 de agosto. “Vão apresentar candidato com conversa fiada, que fez choque disso, choque daquilo. O que eles fizeram foi destruir as finanças de Minas Gerais”, afirma o governador no vídeo. O programa também mostrou imagens da candidata ao Senado pelo PT, Dilma Rousseff.

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Já Anastasia foi mais discreto nas críticas. “Por conta do desgoverno da atual gestão, a situação de Minas é crítica. O dinheiro gasto de forma equivocada, faz falta e não traz retorno para ninguém”, disse Anastasia, que prometeu fazer “profundos cortes” no próprio governo.

Enquanto Pimentel procurou ligar sua imagem à do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, Anastasia ignorou o senador Aécio Neves, candidato a deputado federal e réu no Superior Tribunal Federal por corrupção e obstrução de Justiça.

A propaganda de Anastasia não citou, por exemplo, o fato ele ter sido vice-governador de Aécio Neves. O foco foi o candidato. “Se for eleito, farei um governo ouvindo todos os mineiros, sob a minha liderança, a minha responsabilidade, os meus princípios e a equipe que eu escolher”, disse ele, que começou o programa com o slogan “Anastasia é Anastasia”.

Já o atual governador, deu o nome do programa no rádio de “Rádio Lula livre, Pimentel governador”. Na televisão, também tentou se aproximar de Dilma Rousseff. “Vale a pena estar do lado certo. Do lado do povo, do lado do Lula e da Dilma”, disse.

Alternativa

Dois postulantes ao governo mineiro abordaram a possibilidade de ser a “terceira via” na disputa polarizada em Minas Gerais. Nos seus oito segundos de propaganda, o candidato da Rede, João Batista Mares Guia atacou Pimentel, Anastasia e Aécio. “Nem Pimentécio (sic), nem Anastécio (sic), terceira via é Mares Guia”.

O candidato do MDB, Adalclever Lopes, focou o primeiro programa em apresentar a biografia própria, mas começou dizendo que Minas precisa de uma “alternativa”. “Vamos fazer isso sem guerra, sem ódio, uma terceira via de inclusão, faça voltar o espírito do mineiro, conciliador e batalhador”. Adriana Buzelin, do PV, parceira de chapa de Lopes, foi a única vice a aparecer no primeiro dia de programa e defendeu a acessibilidade.

A propaganda da presidente cassada Dilma Rousseff foi um clipe do jingle de campanha. “Não tem homem ruim que abale essa mulher/Dilma segue valente, Dilma segue de pé”, disse a canção, lembrando o processo de impeachment em 2016.