Empresário do Triângulo Mineiro e dono de um patrimônio de R$ 45 milhões, o candidato do Partido Novo, Romeu Zema, começou a disputa ao governo de Minas Gerais, a primeira de sua vida, de maneira discreta. Sem coligação, tempo de TV e recursos do fundo eleitoral, Zema aos poucos foi crescendo nas pesquisas de intenção de votos, especialmente nos últimos dias, quando teve um salto de oito pontos porcentuais, e agora aparece como líder na disputa, desbancando a polarização entre o governador Fernando Pimentel (PT), candidato à reeleição, e o senador Antonio Anastasia (PSDB). Com 49% das seções apuradas, Zema lidera, com 44,28%.

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O crescimento do candidato aconteceu após o último debate para o governo, realizado pela Rede Globo. Na ocasião, Zema, em suas considerações finais, pediu votos para os candidatos à Presidência do Novo, João Amôedo, e do PSL, Jair Bolsonaro. Após isso, o empresário saiu de 10% das intenções de voto e passou para 18% na pesquisa Ibope divulgada neste sábado, 6. “Mesmo sem tempo de TV e rádio, subimos na pesquisa e quando tivemos oportunidade de participar de um único debate, Globo, constatamos que o mineiro está indignado com a velha política”, disse o candidato.

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Com oito segundos de tempo de televisão, a campanha do candidato defendeu uma administração estatal mais enxuta, com cortes de gastos e privilégios. Além disso, o postulante do Novo defendeu a quebra do monopólio de empresas estatais mineiras, como Cemig e Copasa, com a divisão e venda de parte dessas companhias.

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“Somos a favor da privatização. Talvez a única que nós não iremos privatizar é a Codemig, pois é uma recebedora de royalties, principalmente do Nióbio. As outras empresas, o setor privado saberia fazer uma gestão melhor. A privatização precisa ocorrer em benefício do consumidor”, disse.

Além disso, Zema defendeu a redução no número de municípios e a venda de patrimônios do Estado, como o Palácio das Mangabeiras, residência oficial do governador mineiro. Sua primeira medida, caso seja eleito, será transformar o Palácio das Mangabeiras – residência oficial do governador – em um Museu dos Privilégios. “Eu quero que a população veja como vive um governador de um Estado falido. Seria um ato simbólico, pois mostraria o norte que gostaríamos de seguir, de deixar o governo mais enxuto, menos acima do povo e mais perto dos problemas”, disse.

Em sua proposta de redução da máquina pública, Zema causou polêmica ao defender a fusão de Estados no Nordeste do Brasil. “O Brasil virou uma farra no setor público para criar cargos. Acho que deveria haver, não só fusão de Estados, mas também de municípios. Faz parte do processo de enxugamento do Estado no Brasil”, defende.

A família de Romeu Zema é proprietária do Grupo Zema, especializado em lojas de departamento e distribuição de combustíveis. Em fevereiro de 2018, o empresário estava entre um grupo de brasileiros que teve a cidadania italiana cancelada, após suspeitas de fraude. O candidato ao governo mineiro alegou que foi um problema no cartório da Itália e que estava recorrendo da decisão.

Ele disse que foi convidado pelo Novo para se candidatar ao governo de Minas em agosto do ano passado. De início, recusou, mas repensou e decidiu aceitar o desafio. “Pensei que seria o momento de contribuir, de alguma forma, na situação que temos enfrentado. Então repensei e decidi encarar esse desafio. Foi um convite que veio em um momento adequado”, disse.

Alinhado à filosofia de seu partido, ele defende a candidatura de pessoas de fora da política. “Quem está de fora, está livre dos vícios, que a grande maioria dos que estão lá têm. Na mente deles, as coisas são resolvidas da forma antiga e errada. A política no Brasil precisa ser oxigenada, renovação é sempre bom. Não me considero nem um pouco menos preparado do que os concorrentes, pois tenho uma boa formação, um histórico de realizações na minha empresa”.