Dez dias depois do início da publicação de imagens do governador Sérgio Cabral (PMDB) em viagens luxuosas com o dono da construtora Delta, Fernando Cavendish, o governo fluminense deflagrou nesta segunda campanha publicitária que será veiculada em jornais, revistas, rádios, TVs e internet, ao custo de R$ 13 milhões. Com o lema “Dignidade”, os anúncios divulgam o programa Renda Melhor/ Rio Sem Miséria, em que o Estado complementa o Brasil Sem Miséria do governo federal e atende famílias em pobreza extrema, com renda per capita inferior a R$ 100 mensais. A propaganda vai até o fim de junho.
Por meio da assessoria de imprensa, o governo negou que a veiculação da campanha neste momento tenha relação com a divulgação de fotos e vídeos das viagens de Cabral e Cavendish, com suas mulheres, no blog do deputado e ex-governador Anthony Garotinho (PR). As imagens começaram a ser publicadas no dia 27 de abril. Todos os dias, Garotinho publica novas fotos ou denúncias contra Cabral.
Segundo a assessoria, a divulgação do Renda Melhor já estava programada e foi possível graças à renovação do contrato de publicidade do governo, por meio de licitação, em meados de abril. O contrato prevê gasto anual de R$ 180 milhões. O governo negou ter feito pesquisa de opinião para saber o impacto das denúncias de Garotinho na imagem do governador e na avaliação do governo.
As peças publicitárias anunciam a marca de 1 milhão de pessoas beneficiadas com o Renda Melhor, comemorada em solenidade com a presença da presidente Dilma Rousseff, no dia 26 de abril. A assessoria informa que a campanha segue a mesma linha da realizada em 2011, com o slogan “Rio, marca registrada do Brasil”, que custou R$ 15 milhões.
“Desde 2007, o governo do Estado mantém uma estratégia de comunicação voltada para a divulgação de serviços públicos realizados à população. Apesar de o Estado do Rio de Janeiro ter o segundo orçamento estadual do Brasil e de ser o segundo PIB do país, o Estado não tem, no ranking nacional, a segunda maior conta publicitária brasileira”, diz o governo em nota.