O presidente da República, Jair Bolsonaro, voltou a defender a mineração e a exploração de pedras preciosas em territórios indígenas em evento realizado na Zona Franca de Manaus, na manhã desta quarta-feira, 27. Na avaliação do presidente, o vasto território da região amazônia tem sido subutilizado devido ao que ele classificou como alto índice de demarcações de terras indígenas feitas pelos governos de esquerda.
“Nossos índios, a maior parte deles, são condenados a viver como homens pré-históricos dentro do nosso próprio País. Isso tem que mudar. O índio quer produzir, quer plantar, quer os benefícios e maravilhas da ciência, da tecnologia. Todos nós somos brasileiros”, afirmou o presidente, questionando: “Por que reservar um espaço sobre uma terra onde você não pode fazer nada sobre ela? Nós queremos o índio fazendo na sua terra exatamente o que o fazendeiro faz ao lado. Podendo inclusive garimpar.”
A uma plateia de empresários, políticos e lideranças da região amazônica, Bolsonaro disse inclusive que já tem projeto de lei, com essa finalidade, prestes a ser encaminhado ao parlamento. “É uma sugestão minha, o projeto está bastante avançado nesse sentido. Nós não queremos manter o índio como se fosse um homem pré-histórico dentro de sua terra”, acrescentou.
Sustentabilidade e tecnologia
Essa é a segunda vez que o presidente da República visita a capital do Estado do Amazonas. Na manhã desta quarta, ele participou da abertura da Feira de Sustentabilidade do Pólo Industrial de Manaus (fesPIM), um projeto que busca aliar sustentabilidade e tecnologia. O Pólo Industrial de Manaus (PIM) gera aproximadamente 86 mil empregos diretos.
Em seu discurso, Bolsonaro, também insistiu que existe interesse estrangeiro na Amazônia. Ressaltou, no entanto, que a Zona Franca de Manaus nasceu com o objetivo de integrar a região amazônica para dentro do País e, com isso, protegê-la. “Mas, quando a riqueza é grande, devemos redobrar a nossa preocupação com ela. Cito a indústria da demarcação das terras indígenas. Temos um Estado tomado por parques nacionais, políticas ambientalistas que em parte prejudicaram o crescimento do nosso Brasil.”
ONGs e queimadas
Ele voltou a supor que as queimadas registradas na maior floresta do planeta, na avaliação dele, podem ter sido provocadas intencionalmente por ONGs. O presidente citou, como exemplo, uma operação da Polícia Civil de Santarém (PA), que prendeu membros de ONGs por suposto envolvimento com queimadas na região.
“Há pouco disse que queimadas eram feitas por ONGs, agora a polícia do Pará aponta queimadas feitas por ONGs. Aos poucos a verdade aparece”, disse o presidente.