Em um “petit-comitée” para dez parlamentares do PMDB, o pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, impressionou os peemedebistas pela animação com a pré-campanha e chamou a atenção pelo tom de indignação com a propaganda petista lançada nesta semana. Aos convidados do jantar promovido em Brasília pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Campos comparou a trajetória do PT a do PSDB. “Ele disse que o PT está ficando com o PSDB: copiando o mensalão, o apagão e agora induzindo o medo nas pessoas”, revelou um dos peemedebistas ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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Promovido para ampliar a dissidência do PMDB e angariar novos apoiadores à campanha do PSB, o jantar reuniu, além do anfitrião, os senadores Pedro Simon (RS) e Ricardo Ferraço (ES). Da bancada do partido na Câmara foram Alceu Moreira (RS), Danilo Forte (CE), Fábio Trad (MS), Raul Henry (PE), Darcísio Perondi (RS), Osmar Terra (RS) e Geraldo Resende (MS). Acompanharam o presidenciável os deputados do PSB Márcio França (SP) e Beto Albuquerque (RS), este último líder da bancada na Câmara.

Aos novos aliados, Campos reclamou da forma “fascista” de fazer política adotada pelo PT ao amedrontar o eleitorado insinuando que programas sociais acabarão se um candidato de oposição ganhar a eleição presidencial. O pré-candidato usou os termos “terrorismo”, “desrespeito ao eleitor”, “contradição” e “deslealdade” do antigo aliado. “O PT chegou ao fundo do poço. A sensação é que a candidatura do PT está se esfacelando”, comentou Raul Henry. “Me causou espanto essa agressividade”, disse Geraldo Resende.

O pré-candidato ouviu dos convidados que os gestores que participaram da 17ª Marcha dos Prefeitos consideraram que seu discurso se destacou em relação ao do pré-candidato tucano, Aécio Neves. Ontem, Campos prometeu elevar os investimentos em saúde em 10% da receita, disse que não incentivará a política de desoneração de impostos que culmina com a redução dos recursos da União aos municípios e prometeu que abrirá diálogo com os prefeitos.

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Num jantar que acabou no início da madrugada, Campos afagou os peemedebistas, disse que precisa garantir a governabilidade em caso de vitória para enfrentar os problemas econômicos. O presidenciável acusou o governo Dilma Rousseff de “destratar a classe política” e de desprezar a base aliada. “Vi um candidato extremamente disposto e animado com a possibilidade de ter uma parte do PMDB caminhando com ele”, afirmou Henry.

O senador Ricardo Ferraço afirmou que o jantar era para peemedebistas “com credibilidade” e “que não se submetem à lógica petista”. Ele aposta que o movimento pró-Campos deve crescer nos próximos dias na sigla. “Quanto mais competitivo ele se torna, mais as pessoas vão se aproximando”, disse Ferraço. “O grupo é recém-iniciado. Lembre-se que a muralha da China começou com uma pedra só”, complementou Perondi. A ideia é promover novos encontros com os “dissidentes” do PMDB governista.

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Campanha

Apesar de seguir em terceiro lugar nas pesquisas, Campos demonstrou animação com o andamento da pré-campanha. Ele fez questão de falar da importância de Marina Silva como vice na chapa, destacou que a ex-senadora tem grande penetração entre o eleitorado jovem e nos grandes centros urbanos e que, ao ter seu nome vinculado ao de Marina, a intenção de voto na candidatura do PSB cresce.

Além da preocupação com os rumos da política econômica, Campos previu aos convidados que o ambiente político tende a se deteriorar nos próximos dias. Segundo relatos, o pré-candidato disse que o mal-estar com a ausência de um legado da Copa do Mundo contribuirá para o clima de insatisfação com o governo. “Esse ambiente vai se deteriorar”, concordou Henry.