Dilma Rousseff terminou o seu discurso na Marcha das Margaridas sob um auditório esvaziado, com parte do público presente deixando o local antes mesmo do fim da fala da presidente. Ela ainda estava no palco, cumprimentando autoridades e lideranças do movimento, enquanto a plateia “se esvaziava” rapidamente, sem saudações, gritos e aplausos, ou seja, sem as manifestações que tradicionalmente fazem parte de eventos presidenciais populares.
Dois deslizes da presidente chamaram a atenção no evento. Ao se referir ao governador do Distrito Federal (Agnelo Queiroz), Dilma o chamou de “Agnelo Rossi”. Rossi é o sobrenome do ministro da Agricultura, Wagner Rossi, do PMDB, que está sofrendo sérias acusações nos últimos dias, em situação que se transformou em uma crise para o governo. Em seguida, ao se referir ao presidente da Contag (Alberto Broch), Dilma o chamou de “Alfredo Broch”. Alfredo é primeiro nome do ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR), que deixou a Pasta em meio a várias denúncias de irregularidades, em situação que gerou outro foco de crise no governo.
As respostas de Dilma às mais de 158 reivindicações feitas pelas mulheres do campo não empolgaram a plateia presente. Vestida de blazer roxo, cor do movimento das Margaridas, e usando um chapéu que ganhou da organizadora do evento, a presidente anunciou, por exemplo, a instalação de 16 unidades básicas de saúde fluviais, dez novos centros de referência de saúde do trabalhador do campo e 10 unidades móveis para o atendimento a mulheres em situação de violência. Esses números se referem a ações para todo o Brasil.
A presidente citou também medidas genéricas como o aumento do volume de compras da agricultura familiar para atender o programa de merenda escolar, a inclusão dos nomes da mulheres nas escrituras das propriedades e a ampliação da “Rede Cegonha”, além da “construção de creches com qualidade. Ela também prometeu fazer um mapa da saúde no campo e nas florestas.
