O coronel reformado do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, de 76 anos, primeiro comandante do Departamento de Operações de Informações/Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) – cargo que ocupou como major entre setembro de 1970 e janeiro de 1974 – afirmou à Corregedoria do Ministério Público Militar que “não existia violência” nos interrogatórios a que eram submetidos militantes capturados nos anos de chumbo.
“O que pode ter ocorrido seria algum excesso como forma de defesa a alguma reação violenta no ato da prisão do terrorista”, declarou Ustra à procuradora militar Hevelize Jourdan Covas Pereira, em relato de 15 de outubro divulgado ontem.
Apontado por ativistas como torturador do DOI, ele negou ocorrência de 37 mortes na unidade militar. “Estes 37 militantes não morreram no DOI/CODI, morreram nas ruas em combate com os meus subordinados, ou quando reagiam ou tentavam a fuga.”
O coronel “crê que o propósito dos opositores é de revanchismo, vingança”. Afirma ter cumprido “rigorosamente as ordens de seus superiores, jamais fez prisões ilegais ou permitiu torturas, abusos sexuais, homicídios, desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres”.