O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), candidato à reeleição, tentou associar seu concorrente José Ivo Sartori (PMDB) a governos passados, especialmente à gestão de Antônio Britto (1995 a 1998), que privatizou estatais e fez concessões rodoviárias, durante o primeiro debate do segundo turno da campanha eleitoral, no final da manhã desta terça-feira, na Rádio Gaúcha.

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“Estamos aqui para olhar para o futuro e não apenas para o passado”, rebateu Sartori, que foi primeiro colocado no primeiro turno, com 40,4% dos votos válidos e lidera uma aliança que foi ampliada de oito para 13 partidos no segundo turno. Tarso obteve 32,5 dos votos e está com os mesmos sete partidos que o acompanharam na rodada inicial.

Tarso lembrou que Sartori era líder do governo Britto na Assembleia Legislativa e que os pedágios da concessão rodoviária à iniciativa privada feitas naquele período “reduziram a competitividade da economia” pelo prejuízo que transportadores sofriam pagando preços altos sem contar com duplicações ou manutenção correta. E citou que na gestão atual, ao final do prazo da concessão, o pedágio custa 30% menos nos trechos administrados pela empresa pública EGR.

“No mínimo aquela foi uma grande oportunidade que abriu possibilidades”, afirmou Sartori, que promete recorrer às parcerias público-privadas e concessões para demandas de infraestrutura que o Estado não tiver condições de atender. “Afirmo que aquilo que o governo federal fez nas rodovias federais é um modelo adequado”, prosseguiu, dando a entender que pode recorrer a uma solução já adotada pela presidente Dilma Rousseff – de quem Tarso se diz representante no Rio Grande do Sul.

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Tarso também lembrou que o mesmo governo Britto negociou a dívida do Estado, acusando o concorrente de ter patrocinado “esse brutal acordo”, que leva o Rio Grande do Sul a repassar 13% de sua receita para a União. Destacou que por negociação já encaminhada, o indexador que corrige o saldo da dívida será mudado por um mais favorável a partir de votação no Senado, prevista para novembro. Reiterou, ainda, que depois haverá nova mobilização dos Estados para reduzir o porcentual de comprometimento da receita.

Sartori vem criticando os acordos que Tarso está encaminhando por entender que os Estados devem conquistar benefícios maiores dentro de um novo pacto federativo.

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Em outro momento do debate, Tarso provocou Sartori a dizer se compartilha da opinião do seu vice, José Cairolli, que, como líder empresarial, se posicionou contra o salário mínimo regional, valorizado pela atual gestão.

“O governo não é indutor disso, é parte da negociação entre trabalhadores e empresários”, respondeu o peemedebista. “Entre nós a diversidade será respeitada, o nosso vice pode defender as posições que tiver e quem vai governar sou eu, fazendo aquilo que acho melhor, respeitando a convivência”.

O momento mais tenso ocorreu na parte final do debate. Depois de ouvir Tarso discorrer contra as privatizações do governo Britto, Sartori foi mais incisivo. “Se Tarso tivesse um pouco mais de humildade respeitaria o que os outros fizeram”, disparou, passando a enumerar as vantagens da telefonia atual.

“Parece que ele desejaria o modelo antigo, a barbaridade que era para conseguir um telefone”. Como não podia mais responder, Tarso voltou ao tema na troca de perguntas seguinte. “Não se pode confundir humildade com falta de posição, eu tenho posição e acho que o Estado deve ser indutor do desenvolvimento”, afirmou o petista. Os dois candidatos têm outros seis debates agendados para o período da campanha.