O Rio Grande do Sul teve um déficit de R$ 1,5 bilhão no primeiro semestre deste ano, considerando as contas de todos os poderes e órgãos. A informação consta em relatório de execução orçamentária apresentado nesta quinta-feira, 5, pelo governo gaúcho em audiência pública na Assembleia Legislativa, em Porto Alegre. Como já se esperava, o Estado – assim como outras unidades da federação – não vai contribuir positivamente para as contas do setor público consolidado este ano.

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O subsecretário-adjunto do Tesouro do Rio Grande do Sul, o auditor fiscal Eugênio Carlos Santos Ribeiro, atribui o resultado do primeiro semestre à queda acentuada da receita. “Isso demonstra que todo o esforço em reduzir as despesas em mais de R$ 1,2 bilhão foi insuficiente diante da frustração da receita. Teremos que ampliar este esforço ao longo do segundo semestre”, disse. A lei orçamentária previa um resultado positivo de R$ 2,6 bilhões até junho.

Conforme o relatório, nos seis primeiros meses do ano, o Estado teve uma receita quase R$ 3 bilhões inferior à estimada no orçamento. A crise econômica do País se refletiu numa redução de R$ 710 milhões na arrecadação de impostos no período. Mas a maior frustração, de acordo com o governo gaúcho, são as receitas de empréstimos e repasses federais a ordem de R$ 2,27 bilhões que acabaram não se confirmando.

Ainda segundo os dados apresentados pelo governo gaúcho, a única despesa que ficou acima do previsto na primeira metade de 2015 diz respeito ao pagamento da folha salarial, que fechou em R$ 11,4 bilhões. Nas despesas correntes, como aquelas relacionadas a diárias, locações e viagens, a economia chegou a R$ 740 milhões. Já o recuo dos investimentos ficou em R$ 347 milhões.

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Crise

O Rio Grande do Sul sofre as consequências de um desequilíbrio fiscal histórico, mas que teve os efeitos acentuados ao longo deste ano. Desde que assumiu o mandato, em janeiro, o governador José Ivo Sartori (PMDB) anunciou uma série de medidas de austeridade, no processo que vem sendo chamado de “ajuste fiscal gaúcho”.

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As iniciativas incluem cortes na máquina pública, como diminuição no número de cargos de confiança, limitação de gastos com viagens, suspensão de concursos públicos e redução do orçamento de todas as secretarias. Para incrementar a receita, o Executivo conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa o aumento das alíquotas de ICMS, que terá validade entre 2016 e 2018.

Na semana passada, o secretário da Fazenda do Rio Grande do Sul, Giovane Feltes, indicou que o rombo financeiro ao final do ano deve ficar ao redor de R$ 3,6 bilhões.