Em carta aberta à população, o prefeito de Campinas, Hélio de Oliveira Santos (PDT), afirmou que está sendo vítima de uma tentativa de golpe político. A manifestação do prefeito foi feita depois que a Comissão Processante – criada na Câmara dos Vereadores para apurar denúncias de fraudes na prefeitura – decidiu na segunda-feira (13) dar continuidade ao processo de impeachment, mesmo após a apresentação da defesa de Hélio.
“Com a devida análise dos fatos poderemos, ao final do processo, chegar a uma verdade concreta e justa, desqualificando a tentativa de golpe político – este que está por trás de todas as falácias proferidas recentemente”, disse o prefeito no documento distribuído à imprensa.
Hélio reafirmou que nunca teve conhecimento ou participação em irregularidades nos contratos da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), base das denúncias feitas pelo Ministério Público Estadual (MPE).
“Não há evidência mais incontestável dessa verdade do que a total ausência de menção a meu nome, seja por meio do delator (sr. Luiz Aquino, ex-presidente da Sanasa, réu confesso), do procurador, do juiz, ou das instituições Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Ministério Público (MP)”.
O prefeito também fez menção ao envolvimento de sua mulher, Rosely Nassim Santos, no caso. Rosely está com prisão decretada desde a última semana e é considerada foragida pela Justiça.
“É importante ressaltar, neste contexto, que jamais, em nenhum momento, vi ou percebi minha esposa receber ou tratar de dinheiro com o senhor Aquino”, afirmou. “Ela terá provas suficientes para colocar luz nisso que falo agora e mostrar, de modo inconteste, que a arquitetura criminosa que se desenvolvia à espreita em nossa administração se dava única e exclusivamente no ambiente da empresa – Sanasa”, acrescentou.
O prefeito ainda afirmou que as irregularidades na Sanasa vêm ocorrendo desde 1994 e, sem citar nome, destacou que os atos ilícitos envolvem secretários do governo do estado de São Paulo. “Trata-se de uma contaminação vinda de outras entidades do governo do estado de São Paulo”, disse.
“Curioso, porém, é que essas mesmas provas (escutas e grampos telefônicos) apresentadas pelo próprio MP e que envolvem secretários do governo do estado com empresários presos na cidade de Campinas não foram utilizadas em nenhum momento de maneira espetacular ou coercitiva como aconteceu em nossa cidade”, acrescentou.