Um grupo de defensores históricos dos direitos humanos encaminhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta reservada na qual expressa apoio ao Programa Nacional de Direitos Humanos e defende a criação e a instalação da Comissão da Verdade. Os signatários argumentam que a proposta da comissão não é revanchista e pode ajudar na consolidação da democracia brasileira.
“Não pode ser chamada de revanchista uma proposta que se limita a jogar luz sobre as violências praticadas nos porões da repressão política”, afirmam. “Os povos que se recusam a aprender com seus próprios erros estão condenados a repeti-los. É do futuro que estamos falando.”
A lista é encabeçada pelo cardeal d. Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, principal responsável pelo projeto Brasil Nunca Mais – o primeiro grande levantamento sobre violações de direitos humanos ocorridas na ditadura, divulgado na década de 80.
Entre as pessoas que assinaram a carta aparecem Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto sob tortura nas dependências do antigo 2º Exército, em São Paulo, em 1975; e Tereza de Lourdes Martins Fiel, viúva do operário Manuel Fiel Filho, assassinado nas mesmas condições, em 1976.