Após uma semana na Ásia, o presidente Jair Bolsonaro inicia neste sábado, em Abu Dhabi, a viagem pelo Oriente Médio. Direto do aeroporto, o primeiro compromisso do presidente foi uma cerimônia militar em homenagem aos mártires da pátria dos Emirados Árabes.

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Um dos focos da viagem é divulgar a carteira do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) para atrair os fundos soberanos árabes. A avaliação é de que países como Emirados Árabes, cuja estimativa dos fundos supera US$ 1 trilhão, possuem um potencial que precisa ser explorado. Neste caso, a parcela do Brasil atualmente se limita a US$ 5 bilhões.

Amanhã, Bolsonaro será recebido pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, no Palácio de Governo. Juntos, eles assinarão atos internacionais, entre eles um acordo de Cooperação Mútua em Matéria Aduaneira, que pode reduzir burocracias fiscais. Além disso, as autoridades devem formalizar memorandos de entendimento sobre Inteligência Artificial e sobre Conservação da Biodiversidade.

Os Emirados são o país da região que está no estágio mais avançado em termos de negociação de acordos com o Brasil. Em pouco mais de dois anos foram assinados acordos para isenção de vistos para turistas, evitar bitributação sobre investimentos recíprocos e para facilitar investimentos.

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Na área da Defesa, Bolsonaro pretende apresentar cargueiros da Embraer, como o KC-390. Segundo uma fonte do Itamaraty, no entanto, o resultado concreto na área deve demorar, pois envolve negociação não só do avião, mas também da prestação de assistência de manutenção e condições de financiamento.

Um dos temas mais delicados que permeiam a missão oficial ao Oriente Médio é a transferência da Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém, promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro, que conta com o apoio da bancada evangélica.

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Após a repercussão negativa principalmente entre empresários brasileiros, no início do ano, o presidente recuou temporariamente da ideia e a substituiu pela abertura de um escritório de negócios em Jerusalém, cujo começo de atividades está previsto para ocorrer até dezembro deste ano.

Apesar do esforço do Itamaraty para dizer que a decisão já está tomada, o vice-líder do governo, Marco Feliciano (Podemos-SP), que faz parte da comitiva, disse que a informação não procede.