O embaixador Ernesto Araújo foi anunciado nesta quarta-feira, 14, como futuro ministro das Relações Exteriores do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Desde setembro ele mantém um blog chamado Metapolítica 17: contra o globalismo, onde o diplomata ataca o Partido dos Trabalhadores (PT), comenta a política nacional e defende o presidente eleito.

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Na apresentação, Araújo coloca-se como escritor e afirma que deseja “ajudar o Brasil e o mundo a se libertarem da ideologia globalista”. Em outro trecho, exalta a “fé em Cristo” e diz que seu projeto “significa, essencialmente, abrir-se para a presença de Deus na política e na história.”

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Em texto publicado no dia 3 de novembro, Ernesto Araújo relembra sua infância e diz que atualmente as escolas entregam “livros sobre sexo” para as crianças.

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“Quando eu era criança, pela metade dos anos 70, ficava horas folheando um livro chamado ‘Atlas das Potencialidades Brasileiras’ cheio de mapas de reservas energéticas e minerais, produção industrial e agrícola, etc. O subtítulo do livro dizia: ‘Brasil Grande e Forte’. Hoje, querem colocar nas mãos das crianças livros sobre sexo, mas se vissem uma criança lendo um livro chamado “Brasil Grande e Forte” prenderiam os pais e mandariam a criança para um campo de reeducação onde lhe ensinariam que o Brasil não é nem grande nem forte, mas apenas um país que busca a justiça social e os direitos das minorias.”

Em outra publicação, exibe tom nacionalista:

“O remédio é voltar a querer grandeza. Encha o peito e diga: Brasil Grande e Forte. Milhares de pequenos esquerdistas imediatamente te atacarão como formigas quando você chuta o formigueiro, mas se você resistir e não recuar eles ficarão desorientados e se dispersarão na sua insignificância, deixando aberto o campo para construirmos um país de verdade.”

Ele também mostra alinhamento com o presidente norte-americano Donald Trump em artigo publicado:

“O presidente Donald Trump propõe uma visão do Ocidente não baseada no capitalismo e na democracia liberal, mas na recuperação do passado simbólico, da história e da cultura das nações ocidentais. A visão de Trump tem lastro em uma longa tradição intelectual e sentimental, que vai de Ésquilo a Oswald Spengler, e mostra o nacionalismo como indissociável da essência do Ocidente. Em seu centro, está não uma doutrina econômica e política, mas o anseio por Deus, o Deus que age na história. Não se trata tampouco de uma proposta de expansionismo ocidental, mas de um pan nacionalismo. O Brasil necessita refletir e definir se faz parte desse Ocidente.”

Em uma de suas primeiras publicações, Araújo dedicou-se a criticar o feminismo e a esquerda, afirmando que esta “transformou a luta nobre e necessária pela igualdade de direitos entre homens e mulheres em um feminismo torpe, onde a mulher já não é mais um indivíduo, mas apenas um objeto político, um pretexto para obrigar as pessoas a votarem em candidatos de esquerda”.

Um outro post do blog diz que “não há nada que o PT odeie tanto quanto a liberdade: liberdade econômica, liberdade de pensamento, liberdade de expressão.”

“Isso porque o PT, fiel ao ‘belo ideal socialista’, odeia o ser humano. Deixado a si mesmo, o ser humano cria e produz, ama e constrói, trabalha e confia, realiza-se e projeta-se para a frente. Então não pode. O PT (que aqui significa não apenas ‘Partido dos Trabalhadores’, mas também Projeto Totalitário ou Programa da Tirania) não pode deixar o ser humano a si mesmo.”