Em apoio a Dirceu, grupo de Rainha faz mais invasões

Integrantes do MST da Base, dissidência do Movimento dos Sem-Terra (MST) liderada por José Rainha Júnior, invadiram mais quatro fazendas no Pontal do Paranapanema, entre a noite de terça e a madrugada desta quarta-feira, 20. As áreas ficam nos municípios de Iacri, Marabá Paulista, Álvares Machado e Mirante do Paranapanema. Desde o final de semana, somam 25 as propriedades rurais ocupadas pelo movimento, com o apoio de sindicatos rurais ligados à Central Única dos Trabalhadores. Destas, 15 foram desocupadas depois que os proprietários obtiveram liminares de reintegração de posse na Justiça.

De acordo com Rainha Júnior, além de reivindicar a reforma agrária, as ocupações mais recentes manifestam solidariedade às lideranças do PT presas após condenação no processo do mensalão. “Vamos colocar em cada ocupação e em todos os nossos acampamentos uma faixa com os dizeres: Zé Dirceu é inocente, crime é não fazer a reforma agrária. Liberdade aos presos políticos do PT”, detalhou. Segundo Rainha, que se declara amigo pessoal do ex-ministro, os movimentos vão divulgar uma carta de solidariedade aos presos e suas famílias. “Também continuaremos a ocupar terras”, acrescentou.

Um dos fundadores do MST, José Rainha foi excluído da direção do movimento em 2009, passando a dirigir uma forte dissidência no interior de São Paulo. O grupo ainda usa bandeiras e símbolos da organização, concentrando suas ações nas regiões do Pontal do Paranapanema e da Alta Paulista, no oeste do Estado. Em junho de 2011, o líder sem-terra foi preso na Operação Desfalque, da Polícia Federal, acusado de desviar recursos da reforma agrária. Ele permaneceu na cadeia até março de 2012, quando foi libertado por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Rainha se declara inocente, mas ainda responde ao processo.

Convênio

Sobre as invasões no interior de São Paulo, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), responsável pelos projetos da reforma agrária, informou que está concluindo a formalização de um contrato com o Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) para acelerar a discriminação de terras públicas ocupadas indevidamente a fim de retomar as áreas e destiná-las a assentamentos de famílias sem terra. A ação será realizada sem prejuízo das ações de vistoria e desapropriação de outras áreas que se prestem a se tornar assentamentos.

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