A partir de hoje, o eleitor que sintonizar a TV Câmara poderá ver a atuação de um elenco de famosos, que inclui um palhaço, um jogador de futebol e um vencedor de reality show. Empossados com aplausos, fotos e assédio dos fãs, os estreantes podem ter a sina de outros artistas que no palco do Congresso viraram coadjuvantes. Tomaram posse como deputados federais o palhaço Tiririca (PR-SP), o ex-jogador Romário (PSB-RJ) e o vencedor do Big Brother Brasil, Jean Wyllys (PSOL-RJ).

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Menos famoso, mas muito polêmico, também estreou hoje como deputado federal o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz (PC do B-SP), que presidiu a Operação Satiagraha, responsável por levar o banqueiro Daniel Dantas à prisão. A Satiagraha foi a mais espetaculosa ação da PF nos últimos tempos, tornando-se, na visão das autoridades, o exemplo do que não deve ocorrer com uma instituição como a Polícia Federal. Protógenes acabou afastado da ação e foi processado. Decidiu mudar de rumo. Foi para a política.

O campeão mundial em duas categorias do boxe, Acelino Freitas, o Popó (PRB-BA), ainda não tomou posse. Primeiro suplente, ele só prestará o juramento quando o titular, Mário Negromonte (PP-BA), ministro das Cidades, afastar-se, o que deve ocorrer amanhã. Também é uma figura conhecida.

A experiência mostra que nem sempre os famosos se transformaram em bons deputados. Pelo contrário. Há mais resultados negativos do que positivos entre esses profissionais.

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Um dos principais exemplos é o do cantor Agnaldo Timóteo. Eleito em 1982 pelo PDT do Rio de Janeiro com a maior votação da história do Estado, Timóteo decepcionou logo na estreia. Como se estivesse num show, pegou um telefone e simulou ligar para a mãe. Começou ali sua decadência. Depois, traiu o PDT, migrou para o PDS e votou em Paulo Maluf para a Presidência, no Colégio Eleitoral, o que piorou sua fama. Na eleição de outubro, tentou voltar à Câmara por São Paulo. Obteve apenas 25.174 votos, ficando na 156ª posição.

Na legislatura passada, o costureiro Clodovil chegou à Câmara como um campeão de votos. Desapareceu na máquina política que é o Legislativo, onde, entre os 513 deputados, pouco mais de 50 costumam destacar-se em cada legislatura. O mundo político é muito mais dos conchavos e negociações, coisa que as estrelas parecem ter dificuldades para perceber.

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