Eleitores jovens crescem 55% no Paraná desde 2002

Nas eleições 2006, o Paraná terá mais eleitores com menos de 18 anos do que no último pleito presidencial, realizado em 2002. Nos dados revelados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Estado aparece com um acréscimo de 55% de eleitores com 16 e 17 anos. A média nacional é de 39% a mais de jovens com menos de 18 anos que vão às urnas. Em números concretos, o Paraná tinha 135.665 eleitores com 16 e 17 anos há quatro anos. Hoje, o número subiu para 164.623.

Segundo o sociólogo político Ricardo Oliveira, só uma pesquisa aprofundada poderia confirmar o porquê do incremento. Porém, pela análise do contexto no qual vivem esses jovens, ele enumera alguns fatores que podem ser determinantes.

O primeiro está ligado ao crescimento proporcional da população nesta faixa etária, já que o índice de natalidade da geração deles apresentou crescimento. "É um reflexo natural relativo à proporção populacional", diz.

Outra hipótese está ligada à onda de corrupção que tomou conta do Brasil nos últimos anos, que aliado a um acesso maior à informação pode ter sensibilizado a juventude. "Com a popularização da internet, a carga de informações que chega especialmente aos jovens, que têm grande acesso à rede, é muito grande", diz. Além do aumento informativo, também reforçado pela televisão, ele aponta uma melhoria na educação para justificar a concientização política. "Hoje há mais jovens nas escolas do que há quatro anos. É um local onde os jovens também têm mais acesso à informação".

A soma dos fatores estaria ligada a uma maior conscientização política, porém o sociólogo não descarta outro fator, ligado à economia brasileira e paranaense, para justificar o aumento dos títulos eleitorais impressos. "Há a questão da empregabilidade". Em síntese, significa que os jovens trabalham cada vez mais cedo e as empresas cobram que o funcionário tenha o título, mesmo que antes dos 18 ele seja facultativo, como uma garantia a mais do compromisso do trabalhador.

Para Oliveira, o alto índice de jovens que participarão do pleito não pode ser encarado como temor de más escolhas. "Eles têm a mesma compreensão e o mesmo acesso às informações dos adultos. A única diferença é a maturidade. E ainda têm o adicional de serem de uma geração com um maior índice de escolaridade ", acredita.

Brasil

A média do aumento de eleitores com menos de 18 anos do Paraná está entre as melhores do Brasil, que é liderada pelo Rio de Janeiro, com o registro de 63,6% de acréscimo. Curiosamente, o Distrito Federal é o local onde praticamente não houve alteração no número de jovens que possuem título eleitoral.

Para a socióloga Ana Luiza Souto, que participou da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia, com 8 mil jovens de todo o País, a questão está ligada à proximidade dos jovens ao centro do poder. "Uma hipótese para o baixo crescimento é a dúvida dos adolescentes sobre as eleições como forma de participação política. Em Brasília, há uma forte crítica aos políticos por acreditarem que eles muitas vezes não representam os interesses da coletividade", conclui.

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