Eleitores fizeram longas filas para votar na favela da Rocinha (São Conrado, zona norte do Rio de Janeiro). Antes das 8h a passarela que cruza a autoestrada Lagoa-Barra, principal acesso à comunidade, já estava completamente tomada por pessoas que aguardavam a abertura dos portões do Ciep Ayrton Senna da Silva, um dos locais de votação. Por volta das 9h ouviram-se tiros na favela, mas a polícia não registrou, até agora, nenhum crime.

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O delegado assistente da 11ª Delegacia Policial, André Neves, informou que até aquele momento não havia sido notificada qualquer ocorrência grave. Segundo ele, todo o efetivo de 45 policiais civis da delegacia foi mobilizado, além de policiais militares e federais. Os locais de votação tinham em média dois PMs organizando a entrada dos eleitores.

A doméstica Marina Rodrigues, 51 anos, chegou às 7h30 para poder aproveitar o resto do domingo. “Já sei meus candidatos. A gente tem de votar para manter a documentação em dia, mas todos prometem e não fazem nada”, criticou.

Apontada como a maior favela do País, a Rocinha é uma das 41 comunidades citadas no relatório enviado em agosto pela Secretaria Estadual de Segurança ao Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), listando áreas dominadas por milícias ou por quadrilhas envolvidas em tráfico de drogas onde candidatos sofreram restrições para fazer campanha. A relação inclui dez favelas que o governo estadual informa estar pacificadas, entre elas a Rocinha.

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A comunidade foi uma das áreas atingidas por atos de violência na cidade nas últimas semanas. Na segunda-feira passada (29), uma operação policial terminou com a prisão de seis supostos traficantes.

Mesmo com a proibição de distribuição de santinhos e panfletos, as ruas próximas à 211ª Zona Eleitoral, na favela, estavam repletas de papéis com propaganda de candidatos a governador, principalmente Anthony Garotinho (PR) e Lindbergh Farias (PT). Crianças aproveitavam a fila de espera para jogar para o alto santinhos do candidato a deputado estadual Rafael Sales (PR).

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