Eleições vão encolher a bancada aliada

O ano foi favorável para o governo na Assembléia Legislativa, que conseguiu aprovar todas as propostas que apresentou, mas em 2006, o quadro pode não ser tão favorável. As eleições de 2006 vão fazer a bancada aliada encolher, admite o líder do governo, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), que se acostumou a trabalhar com uma maioria folgada em plenário. Dos quarenta deputados que, em vários momentos, votaram com o governo, a base pode perder mais de dez integrantes, calculou Dobrandino que, mesmo assim, espera manter o controle das votações.

Presidente estadual do PMDB, o deputado está prevendo que as baixas devem vir do PSDB e do PDT, à medida em que forem sendo intensificados os confrontos eleitorais e as candidaturas ao governo exigirem um comportamento mais fiel dos representantes dos partidos em plenário. Para subir nos palanques dos seus candidatos majoritários, os deputados terão que, forçosamente, adotar um discurso mínimo de oposição, avaliam os líderes dos partidos. "A oposição vai trazer o debate de fora para aqui dentro. O debate vai se acirrar", analisou o líder do governo.

Mas nem todos vão se enquadrar às posições dos seus partidos na disputa eleitoral. Ele cita o PSDB e o PT como partidos onde nem uma candidatura própria ao governo irá desembocar no rompimento com o Palácio Iguaçu. Para o líder do governo, a divisão vai continuar nas bancadas do PT e do PSDB. E é nisso que Dobrandino se sustenta para prever que o governo perde aliados, mas não a maioria em plenário. "Teremos condições de manter os vinte e oito votos, mesmo nas matérias mais polêmicas", afirmou.

Pela metade

No PSDB, que se declara um partido de oposição, dos nove deputados, apenas dois fazem oposição ao governo: Valdir Rossoni e Ademar Traiano. Outros seis não atacam o governo e votam seguindo a orientação de Dobrandino. A exceção é o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão, que somente vota em caso de empate, o que dificilmente ocorre, e procura não pender para nenhum dos lados, para não comprometer sua autoridade em plenário.

No PT, a orientação é para que a bancada seja autônoma em relação ao governo do Estado, numa decisão aprovada pelo diretório estadual no ano passado, inspirada pelo presidente regional do partido, deputado André Vargas, que adota discurso de oposição ao governo bem antes de a bancada declarar independência. Mas o governo dispõe de apoio permanente dos seus dois ex-líderes, os deputados Ângelo Vanhoni e Natálio Stica. Também são contados como votos sempre a favor ao Palácio Iguaçu a deputada Luciana Rafagnin, o vice-presidente da Assembléia Legislativa, Pedro Ivo Ilkiv, e o deputado Elton Welter. Já o líder da bancada, Tadeu Veneri, e Padre Paulo, definem suas posições de acordo com as matérias em votação. "O PT já está meia-boca na base. Mas acho que alguns vão continuar conosco apesar da disputa", disse Dobrandino.

Mas não são apenas tucanos e petistas os únicos a abrigar posições diferentes em suas bancadas. Mesmo no PFL, com quatro deputados, há um na lista de amigos do Palácio Iguaçu. O deputado Nelson Justus está listado como aliado por Dobrandino. No PDT também há deputados alinhados ao Palácio Iguaçu, assim como no PPS. "Em todos os partidos, mesmo que os palanques sejam adversários, sempre haverá um entendimento com o governador. Nem todos vão sair da base no ano que vem", assegura Dobrandino. 

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