Eleição estimula debate entre advogados

Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Paraná (OAB/PR), José Hipólito Xavier da Silva, que comandou a instituição no triênio 2001 – 2003, está animado com o bate-chapa das eleições deste ano para a direção da Ordem no estado. Para ele, depois de duas eleições com chapa única, já era hora de um pleito com duas ou mais chapas concorrendo para que fosse retomado o debate de idéias e propostas, a fim de melhorar as condições do advogado no estado. Por isso Hipólito vê com bons olhos até as discussões acirradas entre as três chapas envolvidas na disputa da próxima quarta-feira.

?A existência de oposição é sempre interessante, porque provoca o embate, o surgimento de novas propostas de trabalho e serve para melhor identificar o perfil e as intenções de cada um dos candidatos?, disse. Apesar de estar acompanhando o processo eleitoral da Ordem de fora, o ex-presidente mostrou-se chateado com argumentos utilizados por uma das chapas de oposição de que as últimas gestões da OAB/PR não se preocuparam com a defesa das prerrogativas dos advogados. ?Esse tema sempre foi prioridade na pauta da OAB. A Ordem, antes de tudo, é uma entidade de classe, é a casa do advogado e, fiel a isso, sempre se voltou no sentido de garantir o livre, mas responsável exercício profissional, atuando ao lado do advogado e protegendo-o contra qualquer atitude que dificulte o exercício da profissão?, argumentou.

Para ele, a disputa está acirrada e algumas denúncias e críticas que surgem fazem parte do processo, ?mas não pode haver exagero e incoerência. Os componentes de uma das chapas de oposição sempre foram integrantes da mesa diretora da Ordem e agora estão criticando as administrações anteriores, das quais faziam parte?, lembrou. Sobre a série de acusações de uso da máquina pela situação, Hipólito disse confiar na comissão eleitoral, ?extremamante ética?, e na atual direção da OAB/PR. ?Não tenho conhecimento nenhum de que a atual administração da Ordem tenha colocado a máquina da instituição em benefício de uma das chapas?.

O advogado também deu sua opinião sobre os principais temas discutidos nos debates eleitorais, como a extinção da subseção de Curitiba, a construção da nova sede da Ordem, a redução da anuidade, a criação do Tribunal Regional Federal no Paraná e o envolvimento da OAB com partidos políticos. ?Estamos vendo a partidarização amplamente anunciada por uma das chapas. A Ordem sempre se notabilizou por ser, embora política, apartidária. Foi isso que a tornou livre e independente, o que a fez a entidade civil com maior credibilidade do país. O loteamento de cadeiras dentro da Ordem entre os diversos partidos políticos, certamente, irá tirar da instituição essa independência?, disse.

Sobre a extinção da subseção de Curitiba, fato que originou a dissidência de parte da situação para a criação de um novo grupo de oposição, Hipólito disse acreditar ter sido a melhor solução. ?A subseção foi extinta por motivos administrativos, porque não é prudente duas estruturas funcionarem com um mesmo objetivo, o que acontecia na capital, onde os advogados já têm a seccional para se socorrerem. Subseções só são úteis no interior, onde, inclusive, é necessário seu constante fortalecimento?, explicou. Quanto à construção da nova sede, duramente criticada por parte dos advogados, disse ter sido uma obra ?absolutamente necessária. Uma vez que o prédio antigo não mais comportava as necessidades da Ordem, que já estava sendo obrigada a alugar outros imóveis para dar continuidade a suas atividades?.

Hipólito disse ainda não acreditar na possibilidade de redução da anuidade, já que, segundo ele, grande parte da arrecadação não fica com a seccional, que tem de destinar verbas para a Caixa de Assistência do Advogado, para o Conselho Federal e para o Fundo Cultural. ?Falar em redução de anuidade, como o corte de despesas supérfluas, como se existissem, e no momento de campanha eleitoral é irresponsabilidade e mostra desconhecimento da instituição e desrespeito a quem a administra ou administrou?, contestou. Sobre a criação do Tribunal Regional Federal no Paraná, o advogado disse que, apesar do pouco sucesso alcançado até agora, a luta continua intensa, ?mas é uma luta política e nossa força política ainda é insuficiente, precisamos do apoio dos políticos do estado. A criação do Tribunal no Paraná é extremamente necessária, haja vista o número expressivo de feitos oriundos do Paraná que tramitam na 4ª Região do TRF, com sede em Porto Alegre?, salientou.

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