A eleição do novo presidente da CPI da Corrupção da Câmara Legislativa do Distrito Federal (DF) foi adiada pela terceira vez pelo vice-presidente da comissão, deputado Batista das Cooperativas (PRP). A eleição será na próxima terça-feira. A CPI foi criada para investigar denúncia de existência de um esquema de corrupção no governo do Distrito Federal e na própria Câmara conhecido como “Mensalão do DEM”.
Segundo informações levantadas pela Polícia Federal na Operação Caixa de Pandora, o governador do DF, José Roberto Arruda (sem partido) seria chefe de um esquema de arrecadação de dinheiro de empresas contratadas pelo governo e de distribuição de propinas a secretários e deputados distritais da base aliada.
Criada no dia 11 de janeiro, a CPI só fez até agora três reuniões – a primeira, para dar início aos trabalhos, a segunda, quando seu então presidente, deputado Alírio Neto (PPS), anunciou o fim da comissão, e a última, na quinta-feira da semana passada, quando foi anunciada a saída de Alírio Neto do colegiado.
Sem Alírio Neto, o PMDB, dono da vaga, indicou Geraldo Naves, do DEM, para ocupá-la. Logo depois, a deputada Eliana Pedrosa (DEM), desistiu de participar da comissão. Ela alegou que a CPI teria mais transparência e equilíbrio se houvesse apenas um parlamentar de cada partido na sua composição.
Com a saída de Eliana Pedrosa, Geraldo Naves foi reconduzido à vaga do DEM, e a cadeira do PMDB vagou mais uma vez. Como os três deputados peemedebistas são citados em inquérito policial como beneficiários do esquema, não podem ser indicados para fazer parte da comissão.
A eleição do novo presidente da CPI da Corrupção vem sendo adiada porque a base aliada do governador José Roberto Arruda não encontrou um deputado disposto a ocupar uma das cinco vagas. A deputada Eurides Brito, líder do PMDB, diz que não pretende fazer a indicação e repassou a tarefa ao presidente da Câmara, Wilson Lima (PR).
Bispo Renato Andrade (PR) e Cristiano Araújo (PTB) foram sondados pelo PMDB para ocupar a vaga. O primeiro já recusou, enquanto o outro pretende se candidatar à reeleição e poderá não aceitar o convite para não ter que arcar com o prejuízo político de defender Arruda abertamente.