Caso o empresário Eike Batista se entregue à polícia, a unidade prisional para qual será encaminhado depende de esclarecimentos a respeito da sua formação educacional em meio a inconsistências sobre a questão. Em livro publicado em 2011, o ex-bilionário diz que interrompeu a faculdade de Engenharia na Alemanha “ainda na metade” do curso. Já o prospecto da Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) da petroleira que fundou, a OGX, traz a informação que ele era “bacharel em Engenharia Metalúrgica pela Universidade de Aachen, Alemanha”. A oferta de ações ocorreu em 2008.
Se Eike não comprovar que possui ensino superior, terá que aguardar julgamento em uma cela comum. Detentos com diploma são encaminhados para unidades restritas aos que têm ensino superior. O empresário está fora do País e ainda não se entregou. Eike é alvo da Operação Eficiência, deflagrada nesta quinta-feira, 26.
“Desde sua graduação, (Eike) tem sido um empresário bem-sucedido, dirigindo o Grupo EBX por mais de 20 anos, ganhando notoriedade mundial na indústria de mineração”, diz o prospecto entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também traz a informação de que ele seria bacharel pela Universidade de Aachen.
No livro de “O X da Questão”, editado por Roberto D’Avila, Eike diz que não conseguiu esperar pelo fim da graduação na Alemanha. “Queria trabalhar, empreender, ganhar dinheiro”, afirma no capítulo 6, que chama de “Em Busca do Ouro”.
Procurado para comentar o assunto, o advogado de Eike não atendeu às ligações da reportagem.