Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Partidários de Requião e Lula: esta era a mistura certa.

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A ascensão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenções de votos no Paraná e em Curitiba está estimulando projeções que vão além dos resultados da eleição de amanhã, dia 29, chegando à disputa municipal de 2008 e passando pelo efeito ?Lula? na candidatura à reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). Conforme pesquisa Ibope divulgada anteontem, Lula teria hoje 54% dos votos válidos, contra 46% do candidato do PSDB à presidência da República. No primeiro turno, o petista obteve 38% dos votos válidos no estado. Alckmin terminou o primeiro turno com 53% dos votos.

O desempenho de Lula neste segundo turno está levando petistas e peemedebistas a questionar o poder de fogo do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB). Em Curitiba, Alckmin tem 40% contra 50% das intenções de votos atribuídas a Lula pelo Ibope. O deputado federal Dr. Rosinha disse que a virada de Lula sobre Alckmin na maioria das regiões do estado indica que Beto terá prejuízo duplo nesta eleição, citando o apoio do prefeito ao senador Osmar Dias (PDT) na sucessão estadual.

?Tudo indica que o prefeito tucano, que se licenciou para fazer a campanha, sofrerá uma dupla derrota nestas eleições?, afirmou Dr. Rosinha, citando que o pedetista que apóia o candidato tucano à presidência da República está seis pontos percentuais atrás de Requião. Para Rosinha, os tucanos locais e nacionais apostaram muito em Beto, que se transformou no principal cabo eleitoral da campanha estadual. ?Se a vitória do Requião se concretizar, é a prova de que não funcionou?, afirmou.

Reciprocidade

Para o secretário geral do PMDB e deputado estadual eleito, Luiz Cláudio Romanelli, Lula e Requião estão se ajudando mutuamente. ?Eu tinha certeza que a relação entre PT e PMDB pela lógica da base iria resultar numa sinergia positiva para os dois partidos. Essa troca se deu pela entrada de várias lideranças políticas na campanha do Lula e o PT somou com sua militância e estrutura para a campanha do Requião. Separados somos fortes, mas juntos somos imbatíveis?, afirmou Romanelli, que foi um dos interlocutores do PMDB na costura do acordo entre os dois partidos.

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Romanelli cita que uma vitória de Requião sobre Osmar, amanhã, terá reflexos no quadro da próxima eleição. ?Encerrada esta disputa, vamos começar a discutir a sucessão municipal e é claro que a derrota eleitoral que se avizinha para os tucanos cria uma nova realidade?, disse o peemedebista.

Para Gleisi Hoffmann, uma das coordenadoras da campanha de Lula no Paraná, o crescimento de Lula nas pesquisas de intenções de votos foi causado por vários fatores. Gleisi acha que o bombardeio das denúncias contra Lula nos meios de comunicação fez com que o eleitor fosse buscar na realidade cotidiana os elementos para definir seu voto. ?O eleitor se distanciou daquilo que a televisão mostrava e começou a avaliar o que estava acontecendo na vida dele. Se havia melhorado ou não com o Lula?, analisou.

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Já quanto à sucessão estadual de 2008, Gleisi, que depois de disputar o Senado, passou a ter sua candidatura à prefeitura cogitada, a eleição deste domingo não terá necessariamente uma repercussão direta sobre a sucessão municipal. ?Cada eleição é uma eleição. Não se acumula resultados de uma eleição e se transfere para a próxima. Até porque, agora, estamos discutindo questões nacionais e estaduais. Em 2008, o eixo da discussão é outro?, afirmou Gleisi.