Eduardo Requião reabre crise com AL

Ofício enviado pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, reabriu uma crise com a Assembléia Legislativa que parecia superada. No documento, dirigido ao presidente da CPI do Porto de Paranaguá, deputado estadual Valdir Rossoni (PSDB), Requião cobra a omissão dos parlamentares – e de outras entidades – em relação à explosão ocorrida no navio chileno Vicuña, no último dia 15, com graves conseqüencias ambientais na Baía de Paranaguá. Rossoni pediu providências da Mesa Executiva: "É um desaforo e ele não tem autoridade para isso, mesmo sendo irmão do governador. Como membro do governo, deve obedecer o princípio do respeito. Além disso, ele não tem o direito de chamar a atenção desta Casa. O que o superintendente pretende é jogar uma cortina de fumaça sobre o que está acontecendo no Porto de Paranaguá", protestou.

Até mesmo o líder do governo na Casa, deputado Natálio Stica (PT), considerou indefensável a atitude de Eduardo Requião: "Eu não aceito essa situação e me solidarizo com o protesto da oposição. Quero fazer parte da comissão que a Assembléia aprovou para apontar as irregularidades ocorridas durante a explosão de um navio no Porto de Paranaguá, e tenho certeza que terei o apoio do governador. Caso contrário, o meu cargo estará sempre como esteve: a disposição", ajuntou.

Convocação

A bancada de oposição e diversos outros deputados propuseram o comparecimento do superintendente à sessão plenária da próxima segunda-feira (29), para explicar o teor do ofício. Apresentado na sessão de ontem, o requerimento teve sua aprovação adiada a pedido do deputado Antonio Anibelli (PMDB).

O líder da oposição, deputado Durval Amaral (PFL), afirmou que o superintendente do Porto "mostra que está desequilibrado emocionalmente. Sem contar que o documento, além de não refletir a verdade, apresenta erros ortográficos", criticou.

No polêmico ofício, Eduardo Requião indaga "onde se escondem agora aqueles que, ao mínimo descuido dos inúmeros itens que constituem obrigações e tarefas do nosso métier, descem, apopléticos, serra abaixo, em hordas de ataque que nunca primam pela ótica da colaboração e trabalho de equipe". (SCP)

Relatório deve sofrer atraso

Apesar de intensificar o ritmo dos trabalhos para ganhar tempo, abrindo possibilidade de sessões diárias da CPI do Porto de Paranaguá, seu presidente, o deputado Valdir Rossoni (PSDB) acredita que dificilmente o relatório será concluído dentro do prazo inicialmente previsto, demandando nova prorrogação, desta feita por tempo indeterminado: "Temos aprovadas pelo menos 10 convocações. Os temas são complexos, envolvem grande número de documentos. De qualquer forma, faremos o possível para cumprir os prazos", adiantou.

Ontem estava previsto o depoimento do empresário Maurício Xavier, da CG Construtora, acusado pela direção da Bandeirantes, empresa encarregada da dragagem do Canal da Galheta, de tráfico de influência. A questão da dragagem é um dos pontos que despertam a atenção da CPI. Feito no governo passado, o contrato foi suspenso, repactuado, suspenso novamente e agora a Bandeirantes foi recontratada para realizar o serviço: "Queremos saber como se desenrolou essa tramitação e em que bases a empresa foi recontratada", explica Rossoni.

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