O prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), articula uma frente de prefeitos pró-Dilma na região metropolitana, em resposta ao apoio de peemedebistas como o ex-governador Sérgio Cabral à candidatura de Aécio Neves (PSDB) no Estado. Na noite de terça, 24, Paes reuniu-se na residência oficial da Gávea Pequena com os prefeitos de Duque de Caxias e de Niterói. O tema também foi abordado no encontro que o vice-prefeito do Rio, Adilson Pires (PT), e o presidente regional da legenda, Washington Quaquá, tiveram na manhã desta quarta-feira, 25.

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“Das dez maiores cidades do Rio, nove votam em Dilma. No jantar que tivemos com o prefeito do Rio, discutimos a candidatura Dilma. Vamos fazer um grande programa para mostrar o que ela e o Lula fizeram para o Rio e o que o Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fez”, disse o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso (sem partido).

A decisão de Paes, que deverá coordenar o grupo de apoio à chapa “Dilmão”, ocorreu após o acordo entre o PMDB fluminense e o DEM, selado na casa de Aécio em Ipanema, na zona sul do Rio. O encontro teve a presença de Cabral, que desistiu de se candidatar ao Senado, abrindo espaço na chapa para o ex-prefeito Cesar Maia (DEM), adversário político de Paes. Em entrevista hoje à rádio CBN, o prefeito do Rio atacou Quaquá e o acusou de ser o responsável pelo fim da aliança entre PT e PMDB no Rio, iniciada em 2007, com a eleição de Cabral. “Ele (Quaquá) está preocupado com tudo nessa vida, menos com a vitória da presidenta Dilma. Colocaram o projeto individual e personalista aqui no Rio acima de qualquer interesse.” O presidente do PT fluminense contemporizou, classificando os ataques de Paes como “resposta interna para o PMDB”. “Quando um não quer, dois não brigam. Não vou polemizar com o prefeito, que faz parte da banda boa do PMDB. A banda podre já traiu a Dilma, que foi desrespeitada pelo Cabral e pelo Pezão (o governador Luiz Fernando Pezão, candidato à reeleição) com esse encontro na casa do Aécio”, disse Quaquá.

Para ele, Paes “apenas repetiu o discurso ensaiado do PMDB”. “O Paes não está rompendo com o PMDB, pelo menos por enquanto”, ironizou o presidente do PT-RJ, que é prefeito de Maricá. Na entrevista de hoje, Paes procurou negar que tenha problemas com a ala de seu partido que articula o chamado Aezão, movimento de apoio a Aécio e Pezão, atribuindo as dissidências a “gestos absurdos do PT do Rio”. “Não se aproveitem de uma eventual discordância na candidatura presidencial para achar que o PMDB do Rio vai se desunir em torno da candidatura do Pezão. Tem uma posição divergente em relação a mim, que eu respeito desde o início, porque foi provocada pelo PT do Rio”, declarou Paes, referindo-se ao presidente regional do PMDB-RJ, Jorge Picciani, que lidera o “Aezão”. “Vou usar toda a minha força política para que a presidenta Dilma e o Pezão sejam reeleitos”, disse o prefeito, que deverá integrar a coordenação da campanha de Dilma no Rio, junto com representantes do PT, do PR e do PRB.

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Já o governador divulgou nota oficial em que afirma que “interesses da população do Rio estão acima das alianças partidárias”. “Não vou fazer do Palácio Guanabara uma fronteira de briga. Nada nesse mundo me afasta da presidenta Dilma. Não tem palanque que vai nos separar. Tenho uma dívida de gratidão com ela e com o presidente Lula. Nosso relacionamento está acima das questões partidárias”, afirmou Pezão. Perguntado sobre uma eventual aliança entre o candidato do PT ao governo, o senador Lindbergh Farias, e o também senador e pré-candidato do PRB, Marcelo Crivella, Quaquá disse que “não passa de boato e especulação”. Mas ressalvou: “O Crivella é um dos líderes das pesquisas no Estado. Se resolver propor ou aceitar uma aliança, isso será discutido.”