O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PDMB-RJ), voltou a negar que tenha se encontrado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada, mas disse que telefonou para o petista no sábado (19).
“Eu até liguei pra ele sábado e falei: ‘quando você vier para Brasília numa próxima vez eu lhe convido para tomar um café na minha casa'”, disse. “Ainda vou chamar a imprensa para a porta, assim acaba a especulação”, disse.
De passagem por Brasília na semana passada, de acordo com fontes ligadas ao ex-presidente, Lula pediu que Cunha segure os requerimentos de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Segundo essas fontes, Lula fez o apelo em caráter reservado por estar convencido de que Dilma corre sério risco de ser deposta.
Ao negar o encontro com o ex-presidente, Cunha afirmou que não “tem razão nenhuma” para não falar com Lula. “Eu falo com todo mundo”, disse. “Se ele vier para Brasília está aí o meu convite”, reforçou.
Encontro com Temer
Cunha comentou o encontro que teve nesta hoje com o vice-presidente Michel Temer, disse que a conversa foi “habitual” e que eles não trataram da reforma ministerial.
“A minha conversa com ele não foi nesse nível de detalhe”, disse. Segundo Cunha, o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), também participaram do encontro.
Sobre a possibilidade do atual ministro das Comunicações, Ricardo Berzoini, assumir a articulação do governo no lugar deixado por Temer, Cunha disse que a mudança “obviamente” não vai melhorar a situação.
“Se você estava dialogando com o vice-presidente da República, ex-presidente da Câmara três vezes, e você passar, por melhor que seja, o quadro para qualquer outro, obviamente que não vai melhorar”, disse. “Pode até não piorar, mas melhorar não vai”, completou.