Bico calado

Eduardo Cunha é levado pela Polícia Federal ao IML para realizar exame

O ex-presidente da Câmara dos Deputados e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso nesta quarta-feira (19) por ação da Operação Lava Jato, foi levado por agentes da Polícia Federal ao Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba nesta manhã . Por volta de 10h desta quinta-feira (20), ele chegou ao local e não conversou com a imprensa. Cunha apenas deu ‘bom dia’ para os jornalistas e seguiu para dentro do IML.

Cunha foi encaminhado para o IML para realizar exame de corpo de delito, procedimento padrão para os presos pela Polícia Federal.

O deputado cassado está preso em Curitiba desde ontem e assim ficará pode tempo indeterminado, uma vez que Cunha foi preso preventivamente. Ele passou a noite sozinho na cela sem contato  com outros presos.

Acusações

A primeira denúncia contra Cunha veio em agosto de 2015, e acusa o parlamentar de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.

Por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação em março deste ano e tornou Cunha o primeiro político réu na Lava Jato. Nesta denúncia ele responde por corrupção e lavagem de dinheiro.

No mesmo mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a segunda denúncia contra o peemedebista, desta vez por manter contas não declaradas no exterior utilizadas para receber propina, também no esquema de corrupção na Petrobras. A denúncia teve origem na investigação da Suíça que, graças a um acordo de cooperação internacional, foi encaminhada ao Brasil para que o político pudesse ser processado no País.

Mais uma vez por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação contra o parlamentar, que passou a responder novamente por corrupção, lavagem e, pela primeira vez, por evasão de divisas.

Em 10 de junho deste ano, Janot apresentou a terceira denúncia contra o peemedebista, desta vez por suspeita de desviar dinheiro do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) nas aplicações que o fundo fazia em obras. A acusação tem como base a delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e descreve em detalhes o suposto esquema ilegal instalado no banco público.

Conforme o procurador-geral, Cunha solicitava propina de grandes empresas para que Cleto viabilizasse a liberação de recursos do FGTS. O caso está sob sigilo na Corte e aguarda uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal que não decidiu ainda se aceita a denúncia.

Confira o momento da chegada de Eduardo Cunha ao IML (crédito: CBN Curitiba)