O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou à Casa pouco depois das 9 horas desta sexta-feira (17) sem falar com jornalistas. Limitou-se a dizer que vai separar alguns documentos e falará à imprensa às 11 horas para anunciar rompimento com o governo da presidente Dilma Rousseff.

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Após ser acusado pelo lobista Julio Camargo de cobrar propina no valor de US$ 5 milhões, Cunha encontrou-se com o vice-presidente da República, Michel Temer, comandante do PMDB, para informar que anunciaria o rompimento nesta sexta-feira.

O movimento já era esperado por aliados e opositores do presidente da Câmara. Um deputado do DEM avalia que o governo terá neste segundo semestre o seu pior momento, pois Dilma será o principal alvo de Cunha.

Para o parlamentar, o peemedebista não mais evitará a abertura de processo de impeachment contra a petista. Para um peemedebista, Cunha teria mesmo que deixar de ser “camaleão”, ora governista, ora oposicionista, para assumir de fato seu papel de adversário da presidente Dilma Rousseff.

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Dentro do PMDB, Eduardo Cunha é a principal voz favorável ao rompimento com o PT. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo em 14 de junho, ele já defendia o desembarque de seu partido do governo e o fim da aliança entre as duas legendas já a partir das eleições municipais do ano que vem.

Na última quarta-feira (15), ao lado de Temer, do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e do ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP), Cunha voltou a defender de maneira enfática que o PMDB tenha candidato próprio em 2018. Foi seguido pelos correligionários.

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Na quinta-feira (16), em café da manhã com jornalistas, o presidente da Câmara fez novos ataques ao PT: “Não aguentamos mais não disputarmos a eleição e ficarmos perto do PT. Ninguém aguenta mais aliança com o PT”. “Estamos doidos para pular fora (do governo)”. “Um partido que não quero na aliança com o PMDB é o PT”.