O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, deixou nesta terça-feira, no Recife, escapar preocupação com ritmo lento nas obras da Transnordestina. Instado a opinar sobre o adiamento no leilão do trem-bala esta semana, rebateu o assunto ao manifestar o desejo de ver a ferrovia “com brevidade, a ter o ritmo que já teve no passado”.
Reconheceu o esforço do governo federal em dialogar com as empresas, mas alfinetou que, “se não tivesse recurso para fazer tudo”, que houvesse uma “priorização”. Campos, que discursou no Exame Fórum Nordeste, ainda lamentou ter perdido cerca de 6 mil postos de trabalho dos quase 8 mil gerados em Pernambuco na época em que o projeto estava no pico de execução.
Quando discursou sobre as desigualdades regionais do País – mote maior das falas em 2013 -, ele voltou a tratar das deficiências logísticas do Nordeste e da importância da Transnordestina para superação de questões econômicas no Semiárido nordestino. Atrasada dois anos e meio, a ferrovia não tem sequer 50% das obras concluídas. O orçamento saltou de R$ 4,5 bilhões, em 2007, para R$ 7,5 bilhões em 2013. O projeto prevê 1.728 quilômetros de trilhos, cortando 80 cidades do Piauí, Ceará e Pernambuco, e ligando Eliseu Martins (PI) aos Portos de Pecém (CE) e Suape (PE).
Os desembolsos de fundos constitucionais para financiamento do projeto da Transnordestina são de responsabilidade do Ministério da Integração Nacional, pasta comandada pelo ministro pernambucano Fernando Bezerra Coelho, aliado e indicado pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, mas cortejado pelo PT. Nos bastidores, são fortes os comentários de que sairia do PSB para disputar o governo de Pernambuco em 2014.
Os governadores da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), da Bahia, Jaques Wagner (PT), e do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), presentes no encontro promovido pela revista Exame, não dedicaram espaço ao assunto nas falas. Wagner, aliado da presidente Dilma Rousseff, preferiu citar o projeto da Ferrovia Oeste-Leste, de 1.527 quilômetros – 1.100 quilômetros em solo baiano -, que ligará Goiás até o Oceano Atlântico, num porto que será construído na Bahia. Todo o projeto está avaliado em R$ 6 bilhões.