novo presidente

Edson Luiz Campagnolo: “A classe industrial não quer interferência do governo do Estado”

Apesar da já tradicional relação entre a política paranaense e a administração da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em seu primeiro dia após ser eleito como presidente da entidade, Edson Luiz Campagnolo fez questão de afirmar que sua gestão não sofrerá interferência do governo do Estado. O empresário, eleito nesta quarta-feira (3), derrotou o candidato apoiado pelo governador Beto Richa (PSDB), o secretário de Estado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, que estava licenciado do cargo para concorrer ao posto.

Agência Fiep
Rocha Loures comemora a vitória com Campagnolo.

Para o novo presidente da Fiep, o resultado das eleições comprova que as entidades representadas pela Federação preferem uma diretoria independente. “Tivemos uma resposta muito clara nas urnas de que a classe industrial e os sindicatos querem que a entidade não sofra interferência do governo porque quando não há partido político envolvido, a diretoria tem mais isonomia e independência para trabalhar”, avaliou.

Campagnolo ainda criticou a estratégia usada por seu adversário na campanha. “Ele (Ricardo Barros) foi derrotado no Senado no ano passado e achou que podia ter a Fiep para compensar, usando e abusando da máquina do Estado a favor de sua candidatura”, disse.

Campagnolo ainda criticou a postura adotada pelo próprio governo do Estado durante a campanha. “O governo do Estado trabalhou informalmente a favor deste candidato, pressionando nossos eleitores com o apoio de secretarias, autarquias, deputados e prefeitos”, contou. No entanto, o novo presidente deixou claro que não descarta a necessidade de proximidade com o governo do Estado para realizar um bom trabalho como presidente da Fiep.

“Não queremos entrar em choque com o governador Beto Richa. A entidade vai ser sempre parceira do governo do Estado, principalmente porque a Fiep tem um pensamento muito parecido com o plano de governo dele”, afirmou.

Para ele, apesar de o presidente anterior, Rodrigo Rocha Loures, ter sido apoiado pelo ex-governador Roberto Requião (PMDB), ainda em sua gestão houve uma ruptura com o governo do Estado devido a conflito de interesses, que deve ter continuidade.

“Durante a segunda gestão do Rodrigo, houve um divisor de águas, quando ele questionou as ações do governo no Porto de Paranaguá e a entidade tem que trabalhar assim sempre, defendendo os interesses dos empresários”, comentou. Rocha Loures foi o principal apoiador da campanha de Campagnolo, tendo um papel fundamental na vitória do candidato nas eleições da Fiep.

O novo presidente ainda enfatizou que sua independência em relação ao governo será fundamental para que ele tenha livre acesso em todos os governos para representar os interesses do setor industrial paranaense.

“Essa aproximação vai se dar a partir da minha posse, em outubro, mas tenho certeza que tenho muito mais propriedade do que meu adversário para fazer isso, pois não estou defendendo ideais partidários e tenho muito mais autonomia para procurar qualquer ministro ou secretário por estar defendendo os interesses dos industriais do Paraná. Qual governante não receberia o representante da Fiep?”, argumentou.

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