O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que o presidente do Senado, José Sarney, está se sentindo “injustiçado” com as denúncias de irregularidades na Casa. O ministro ressaltou, porém, que não vê nenhuma possibilidade de Sarney se licenciar do cargo.”As conversas que tenho tido com ele não vão nessa direção”, disse Lobão, ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil, onde se reuniu com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. “Ele está bem, olhando o processo, se julgando injustiçado com tudo o que tem ocorrido, mas está cumprindo o seu papel de presidir o Congresso Nacional”. afirmou.

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Segundo Lobão, o governo não tem nenhum interesse na saída de Sarney da presidência do Senado e o PMDB também pensa assim. Ele não quis comentar reunião, ontem à noite, na casa da ministra Dilma, com, a presença de José Sarney. Para Lobão, a decisão de deixar o cargo é de foro íntimo, mas o ministro disse que Sarney está muito firme. “Ele foi eleito legitimamente por dois anos (para a presidência do Senado) e até, quem sabe, reeleger-se. A lei faculta isso a ele. Não há nada de acusação fundamental que sugira a saída dele”, reforçou Lobão.

Para o ministro, Sarney é um político ameno, inteligente, talentoso, escuta os líderes e escuta os amigos. “Mas a decisão (de deixar a presidência do Senado) será sempre dele”. Lobão disse que não trabalha com a hipótese de renúncia de Sarney por conta crise no Senado. “A crise é muito mais do poder do Senado do que dele. Se é do Senado e não dele, a renúncia não resolverá a crise”, afirmou.

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