O ex-ministro dos Portos, atual deputado federal pelo PMDB paulista, Edinho Araújo, afirmou em nota divulgada nesta quinta, 17, que vai votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. “Já tenho posição definida de como será o meu voto no plenário da Câmara Federal, uma vez instalada a Comissão Especial que dará andamento ao processo de impeachment. Votarei sim pelo impeachment da Presidente da República. Votarei sim em favor do Brasil”, disse o parlamentar que é aliado do vice-presidente Michel Temer.
Araújo diz na nota, intitulada “Hora de Decisão”, que é chegado o momento de o partido desembarcar do governo Dilma. Foi também hoje que foi oficializada a convocação do diretório nacional do PMDB em Brasília para reunião no dia 29 de março, quando os membros irão votar se saem ou não da gestão Dilma.
Na convenção nacional do PMDB no sábado, 11, o partido determinou um prazo de 30 dias para chamar o diretório a decidir sobre o desembarque. A convocação representa, portanto, adiantar a decisão em 13 dias.
O diretório paulista já se manifestou favorável ao rompimento com o PT na esfera federal e o movimento se acelera com o agravamento da crise em torno da presidente Dilma. Araújo, que é também vice-presidente do PMDB-SP, defende que a direção estadual “manifeste claramente que o momento é de decisão” e insista para que integrantes do partido no governo entreguem os cargos para que “o PMDB deixe de pactuar com o desgoverno instalado no País e possa sair grande desse processo”.
“Entendo que chegou a hora do partido desembarcar deste governo e assumir o seu papel perante a história. Não podemos mais suportar a convivência com a inflação alta, corrupção e desemprego. Chegou a hora. Vamos sair juntos”, prossegue a nota.
Mauro Lopes
O posicionamento desta quinta, 17, do deputado Edinho Araújo reforça o discurso que está sendo construído pelo PMDB, de ter o desgaste da indicação de Mauro Lopes (PMDB-MG) para a Secretaria da Aviação Civil como um fator determinante para acelerar o rompimento com o governo neste momento de auge da crise. Mauro Lopes aceitou a nomeação mesmo depois de a convenção nacional do PMDB no sábado ter orientado integrantes da legenda a não aceitarem novos postos no governo federal.
Lopes corre o risco de ser expulso do partido e a direção do PMDB, incluindo Michel Temer, tratam o movimento como uma “afronta” do governo Dilma ao PMDB. Temer não compareceu hoje à posse de Lopes, em Brasília, ocasião em que ocorreu também a posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.
Na nota divulgada nesta quinta, 17, Edinho manifesta apoio ao gesto de Temer e pede pela expulsão de Mauro Lopes da sigla. “Manifesto à instância partidária pela imediata expulsão do referido deputado dos quadros do PMDB. Que se instale no âmbito do partido uma Comissão de Ética para avaliar e decidir. Que o afastamento do deputado possa servir de exemplo para aqueles, apenas preocupados com cargos e empregos”, diz.
A Comissão de Ética do PMDB foi chamada para decidir sobre o caso Mauro Lopes nesta sexta, 18, em Brasília. Edinho Araújo deixou o ministério do governo Dilma Rousseff em outubro do ano passado.