O economista Paulo Guedes confirmou nesta terça-feira, 30, que tem mantido encontros regulares com o deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato à Presidência da República, e disse ter uma “boa impressão” das conversas com o parlamentar.

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Durante seminário do Credit Suisse na zona sul da capital paulista, Guedes manifestou disposição em colaborar com Bolsonaro na elaboração de um programa liberal-democrata, com reformas política e econômica. “Eu me disponho a ajudar, não vejo problema nisso”, afirmou. O economista defendeu ainda durante o evento a “despolitização” e a independência do Banco Central.

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Segundo Guedes, se Bolsonaro demonstrar inclinação à volta do regime militar, haverá debandada na campanha do deputado à sucessão presidencial. “Sairiam voando da campanha dele”.

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Ele revelou que foi consultado pelo capitão da reserva antes de Bolsonaro anunciar, em fórum realizado em novembro pela revista Veja, o que chamou de “namoro” para que Guedes seja o ministro da Fazenda caso sua campanha saia vitoriosa das eleições de outubro. Negou, contudo, que tenha batido o martelo sobre ser ministro de Bolsonaro. “Estou no mesmo lugar em que sempre estive, observando a tragédia brasileira”, declarou.

“Ele Bolsonaro reconheceu que não entendia nada de economia e decidiu que procuraria alguém, mas não alguém que já tivesse passado pelo governo. Queria um cara que estivesse ‘na lua’ e eu, por acaso, estava na lua”, acrescentou Guedes.

Segundo o economista, quando a política tradicional perde a decência, a renovação vem pelas urnas. Ao defender a reforma política, que, segundo ele, deve ser tema das próximas eleições, apontou que a sustentação parlamentar de um governo se dá no Brasil sob um sistema degenerado de compra para “todos os lados”. “Temos democracia corrompida e estagnamos a economia”, declarou o economista, que é sócio da Bozano Investimentos.

Mas, embora tenha confirmado conversas com Bolsonaro – nas reuniões em que, como repetiu, a “ordem se encontrou com o progresso” -, Guedes manifestou opinião diferente da do presidenciável em relação à reforma da Previdência. Enquanto Bolsonaro adianta que não votará a favor da proposta de emenda constitucional, Guedes avalia que a reforma das aposentadorias “grita” por aprovação num País em que, conforme comentou, o sistema previdenciário está quebrando antes de sua população envelhecer.