O advogado Guilherme Gonçalves, alvo da Pixuleco II – 18.º capítulo da Operação Lava Jato – declarou que é titular de ‘um escritório bem conceituado’ situado em Curitiba e disse que presta serviços para o PT na área eleitoral. Também atuou em ‘diversas campanhas’ da senadora Gleisi Hoffmann (PT/PR) e para o marido dela, o ex-ministro do Planejamento do governo Lula, Paulo Bernardo.

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“Atuamos na área de direito eleitoral para o PT. Eu advogo no direito eleitoral desde 1996. Advoguei nas campanhas da Gleisi, várias campanhas, não só na última. Foram demandas corriqueiras na área eleitoral”, disse Gonçalves. “Para o Paulo Bernardo advoguei pessoalmente em queixas crimes que propus como advogado dele.”

O advogado, que mantém sua banca no centro de Curitiba – base da Lava Jato – rechaçou com veemência que a versão de que não prestou serviços para a Consist Software, conforme suspeita a Polícia Federal. Agentes da PF fizeram buscas nesta quinta-feira, 13, no escritório de Gonçalves.

A Consist Software teria sido usada por organização criminosa para distribuir propinas a partir de empréstimos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento. O novo esquema descoberto pela Lava Jato teria como coordenador o ex-tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, preso em Curitiba.

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O advogado Guilherme Gonçalves demonstrou perplexidade e disse ter ficado constrangido com a ação da PF em seu escritório. “Como advogado tenho prerrogativas. Se (a PF) tivesse solicitado eu levaria toda a documentação prontamente, sem restrições. É documentalmente comprovado que prestei serviços para a Consist, não existe nada de fachada. Tenho todos os documentos que mostram que houve sim prestação de serviços e consultoria para a Consist pela qual recebemos honorários advocatícios.”

Gonçalves é categórico: “Facultei à Polícia Federal o contrato de honorários advocatícios com a Consist. O contrato é de 2010, juntei tudo o que eu podia. É tudo regular, inclusive o contrato foi aprovado pelo Jurídico da Consist. De fato, prestamos uma série de serviços. Eu acho constrangedor a conduta da Polícia Federal. Os policiais agiram absolutamente dentro dos conformes, mas tenho prerrogativas de advogado. Eu teria facultado acesso a tudo se eu tivesse sido intimado. Eu teria comparecido à Polícia Federal. No momento que a Polícia opta por uma busca é um susto, você fica sem saber o que fazer. Não havia necessidade. Tenho todas as notas emitidas, provei documentalmente que tem contraprestação de serviços.”

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